TRIGO II: Alvaro Dias defende política de preço justo para o cereal
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Em pronunciamento nesta terça-feira (17/08), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que, se houvesse uma política de incentivo do preço justo, os produtores nacionais de trigo poderiam suprir a necessidade total da demanda, bem como aumentar a geração de emprego e renda no campo, com a adição de US$ 2 bilhões no saldo da balança comercial. Álvaro Dias frisou que o Brasil tem condições excepcionais para ser autossuficiente na produção de trigo. Atualmente, segundo ele, o consumo anual de trigo no país é de 10 milhões de toneladas. O Brasil produz quase a metade e exporta o restante, o que poderia ser reduzido com a criação de uma política de preços justos no setor.
Pendências - Citando números da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Alvaro Dias disse que o governo federal deve hoje aos agricultores cerca de R$ 222 milhões em AGFs (Aquisições do Governo Federal) e PEPs (Prêmio de Escoamento da Produção). Em relação ao trigo, os atrasos ocorrem desde maio, referentes às AGFs de março deste ano e de outubro de 2009 a janeiro de 2010.
Rússia - Devido à seca na Rússia, o segundo maior exportador mundial, o presidente Dmitry Medvedev decretou a paralisação das exportações. Com isso, os preços do trigo dispararam no mercado mundial, subindo mais de 50% do início de julho para cá, atingindo o pico de preço dos últimos 23 meses, afirmou Alvaro dias. Na avaliação do senador, a quebra na produção de trigo russo e a suspensão das exportações daquele país terão efeitos de curto prazo no bolso do consumidor brasileiro, que pagará cerca de 20% a mais pelos derivados de trigo, como pão francês, macarrão, pizza, farinha de trigo e massas em geral.
Preço mínimo - Álvaro Dias explicou ainda que no Brasil havia um preço mínimo de R$ 31,80 por saca para o trigo pão tipo 1 (o melhor tipo) e de R$ 26,45 para o trigo brando tipo 1 para a safra colhida em 2009. Por meio de uma portaria, o governo reduziu em 10% o preço mínimo para a atual safra. "Acontece que o governo não compra toda a produção que está nos armazéns de cooperativas e particulares. E quando compra demora muito para pagar. Por outro lado, os moinhos formaram um cartel e vão comprando aos poucos, conforme a necessidade", afirmou. (Agência Senado)