TRIGO: Presidente da OCB aprova medidas anunciadas pelo governo
- Artigos em destaque na home: Nenhum
"A resposta do governo em relação ao abastecimento do trigo e aumento do preço do cereal e seus derivados foi rápida e ágil", afirmou o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, ao avaliar as medidas anunciadas na noite de quarta-feira (14/05), pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. O anúncio foi feito durante reunião com os representantes da cadeia produtiva do trigo, importadores, padarias, moinhos e supermercados, do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Rui Polidoro, que também é coordenador da Câmara Setorial de Culturas de Inverno e do próprio presidente da OCB, Márcio Freitas.
Plano é focado em três ações - A suspensão, até o fim do ano, da PIS/Cofins (9,25%) incidente na farinha de trigo, no trigo in natura e no pão francês; a suspensão dos 25% cobrados de Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM); e a prorrogação para 31 de agosto de 2008 da importação de trigo com tarifa zero de países não integrantes do Mercosul, fazem parte do pacote de medidas anunciado pelo governo. "São ações que visam mitigar o abastecimento a curto prazo. São decisões corretas e que, portanto, merecem nosso apoio", diz Freitas.
Meta é construir uma política para o trigo - De acordo com Márcio Freitas, a agilidade com que as medidas foram anunciadas é uma demonstração de que o trigo virou prioridade para o governo. "O governo está preocupado com a questão do abastecimento e também da inflação, tanto que, além dessas medidas emergenciais, continuam os trabalhos voltados para a construção de uma política de médio e longo prazo e que tem por objetivo aumentar a produção do cereal no Brasil, dando sustentabilidade ao abastecimento interno. Os produtores brasileiros precisam ter garantia de renda com o trigo, somente desta forma haverá estímulo" afirma.
Medidas atendem pleito do setor produtivo - O presidente da OCB conta que as novas medidas para o trigo já vinham sendo defendidas pelo setor produtivo. As conversas ganharam mais força na última sexta-feira (09/05), quando o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou para uma reunião o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, e o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro, além de representantes da indústria moageira. "Na ocasião, foi entregue ao ministro Mantega um documento com uma série de propostas para o trigo e, para nossa satisfação, elas foram aceitas pelo governo", comenta o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski.
PIS/Cofins - A redução a zero da PIS/Cofins (9,25%), até o fim do ano, será publicada em medida provisória na próxima segunda-feira (19/05), conforme anunciou o ministro Mantega. Já o objetivo da suspensão dos 25% cobrados de Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) é reduzir os custos do transporte do trigo importado. Conforme dados do Ministério da Fazenda, a AFRMM representa cerca de 2,5% dos custos de importação.
Tarifa zero - A terceira medida, a prorrogação para 31 de agosto de 2008 da importação de trigo com tarifa zero de países não integrantes do Mercosul, adotada em função das restrições impostas pela Argentina, visa garantir o abastecimento do cereal. "As medidas mostram a disposição do governo em adotar políticas de curto prazo para diminuir o custo do produto e melhorar a oferta do produto", disse Stephanes. De acordo com Mantega, o pão francês contribuiu com 25% no índice da inflação dos últimos meses. Além disso, a Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, tem demonstrado dificuldade em vender o cereal.
Em busca de novos mercados - Em 29 de fevereiro deste ano, a Camex já havia autorizado a cota de um milhão de toneladas, mas, com a manutenção das restrições às exportações de trigo pela Argentina, o Brasil terá de aumentar as importações de outros mercados, fora do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Considerando, ainda, o período de entressafra do trigo, o governo federal decidiu aumentar a quantidade do produto com tarifa zero para diminuir os custos de importação e, assim, reduzir o impacto sobre o custo dos alimentos derivados do produto.
Plano Nacional de Trigo - Além dessa medida, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou, em abril, o Plano Nacional de Trigo, com o objetivo de estimular o cultivo do produto. Entre as ações propostas estão o aumento do limite de crédito de custeio das lavouras para R$ 400 mil, o incremento de 20% no valor do preço mínimo de garantia e a oferta de seguro aos produtores. Com o mercado favorável e as medidas do Plano, o governo estima que a produção para a próxima safra (2008/2009) atinja um volume de 4,75 milhões de toneladas, um aumento de 25%. (Com informações da assessoria do Mapa)