TRIGO: Zerar imposto de importação cria precedente perigoso
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O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, informou que a decisão do governo de reduzir para zero a alíquota de importação do trigo abre um precedente perigoso de desestímulo à produção nacional de trigo. A safra brasileira 2007, colhida no segundo semestre do ano passado, foi de 3,8 milhões de toneladas. O consumo anual é de 10,2 milhões de toneladas. A opinião de Meneguette é a mesma já defendida por outras lideranças do setor produtivo, entre as quais, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, de que o governo deve adotar uma política agrícola consistente que garanta o aumento da produção de grigo no Brasil e uma renda mínima aos produtores. "O governo deveria criar condições para que 50% a 60% da demanda interna do trigo seja produzida pelos agricultores brasileiros", afirma.
Tapa-buraco - Para Meneguette, ao adotar uma solução provisória, o governo abre um precedente perigoso de repetir, na segurança alimentar, a política do tapa-buraco. Segundo o presidente da FAEP, a suspensão da tarifa de importação para 1 milhão de toneladas até junho é uma saída paliativa apenas para conter a pressão inflacionária. "A política agrícola é insuficiente para atender à demanda nacional nos próximos anos", disse.
Dependência brasileira - Segundo o economista da FAEP, Pedro Loyola, os estoques internacionais de trigo estão muito baixos e basta um grande produtor como Argentina, EUA ou Canadá enfrentar problemas climáticos para afetar o abastecimento mundial e brasileiro. "Além disso, o nosso principal fornecedor, a Argentina, tem adotado políticas de contenção de inflação, restringindo a exportação de trigo". (Com informações Faep)