Turismo Rural: Cooperativas iniciam projeto com apoio do Sescoop

A partir de um projeto nacional chamado Programa de Turismo Rural Cooperativo, desenvolvido pelo Sistema OCB/Sescoop, a Ocepar iniciou no Paraná a implantação de um circuito turístico nas cooperativas de colonização européia. A iniciativa tem como meta criar novas alternativas de emprego e renda dentro das comunidades, incentivando o resgate de valores culturais, históricos e religiosos, que ao lado dos atrativos naturais podem se transformar em grandes atrações turísticas. Todo o projeto tem como característica principal a utilização de mão-de-obra local. É um programa montado para o produtor rural, com a finalidade de trabalhar com as pessoas que fazem parte da comunidade.

Witmarsum - O trabalho no Paraná começou pela Cooperativa Witmarsum, uma das seis cooperativas/colônias de etnia européia que fazem parte do circuito, onde um grupo de pessoas que integram a comunidade participou de um primeiro treinamento, organizado pelo Sescoop-PR. As outras são: Arapoti, Batavo e Castrolanda (ABC), Agrária (Entre Rios) e Camp (Prudentópolis). O treinamento começa com a organização social dos interessados. São quatro oficinas (quatro semanas), conscientizando e sensibilizando as pessoas em torno do turismo rural, com o desenvolvimento de um diagnóstico participativo, que aborda os problemas e as dificuldades. Em Witmarsum, por exemplo, além disso, já foi inclusive apresentado um plano de ação, que começa a ser executado com vistas à implantação definitiva do projeto.

Alternativa - Na avaliação do professor e consultor Alexandre Negendank, responsável pelo treinamento em Witmarsum, o turismo rural está surgindo como uma grande alternativa para a economia do interior, trazendo grandes benefícios, principalmente ao pequeno produtor. “Os grandes benefícios são o resgate das origens, diminuição do êxodo rural, e preservação do meio ambiente”, disse Alexandre, lembrando que as cooperativas têm um grande potencial para explorar essa alternativa. Com relação às comunidades de etnia européia, que fazem parte da primeira fase desse programa de turismo rural nas cooperativas paranaense, o professor explicou que uma das grandes vantagens é justamente a questão cultural e religiosa. “São valores que as pessoas estão procurando”.

Cooperativa - O presidente da Cooperativa Wtimarsum, Arthur Sawatzky, acredita que a colônia tem um potencial e que também é preciso agregar valor em várias propriedades rurais. O turismo rural, em sua avaliação, vem de encontro a essa necessidade, como alternativa para geração de emprego e renda. Ele garantiu que a cooperativa vai continuar apoiando essa iniciativa, mas explicou que é necessário recursos para investimentos, que devem ser trabalhados junto aos órgãos oficiais. “Isso com certeza vai trazer bons frutos”, disse Arthur.

Ocepar – Para o superintendente do Sistema Ocepar/Sescoop-PR, José Roberto Ricken, o turismo rural deve ser visto como uma importante alternativa econômica. Alertou, no entanto, que tudo deve ser conduzido de forma profissional e estruturada. Disse, também, que nenhuma iniciativa pode ser tomada de forma isolada, mas sempre em sintonia com o sistema. Leonardo Boesche, da gerência de Desenvolvimento Humano do Sescoop-PR, explicou que o circuito das cooperativas de colonização européia é um projeto piloto. Dois novos circuitos, um no Norte e outro na Costa Oeste, também têm potencial para serem explorados. “O Paraná tem um potencial grande para essa nova atividade de agregação de renda. O que estamos buscando no momento é a profissionalização desse setor”, disse Boesche.