VALOR ECONÔMICO I: Governo amplia ajuda a cooperativas

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Em uma tentativa de amenizar os efeitos da crise financeira global sobre as cooperativas agropecuárias, o governo deve ampliar em R$ 1 bilhão o orçamento do programa destinado a financiar investimentos dessas sociedades (Prodecoop). Administrados pelo BNDES, os recursos do Prodecoop serão usados como capital de giro para refinanciar as dívidas das cooperativas em situação difícil desde o início da crise de crédito. Com prazo de dois anos, o reforço nessas linhas terá juros de 6,75% para empréstimos até R$ 10 milhões por sociedade. O limite de crédito do Prodecoop já havia passado de R$ 35 milhões para até R$ 50 milhões por cooperativa - as centrais podem contratar o dobro disso.

Recursos - Mas o governo tem dificuldades para encontrar recursos. Uma saída seria realocar orçamento de outros programas de investimento do BNDES para o Prodecoop. Em novembro de 2008, o governo autorizou os bancos emprestarem até R$ 300 milhões para capital de giro dentro do Prodecoop. "Mas até agora não saiu a normativa do BNDES com a permissão", diz João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar.

Ação mais efetiva - O governo avalia que elevar o orçamento do Prodecoop seria uma ação mais efetiva do que financiar os associados das cooperativas, como queria a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). No início da crise, o governo cogitou criar um programa de capitalização para reforçar as "cotas-partes" dos produtores nas sociedades por meio da emissão de notas promissórias rurais (NPRs). As operações individuais seriam limitadas a R$ 15 mil, sem necessidade de garantias reais. Mas isso teria que ser aprovado em assembléia e implicaria na adesão de um percentual mínimo de cooperados. Além disso, a maioria dos produtores está com os limites individuais de crédito estourados. Nas regiões onde as cooperativas mais precisam de capital de giro, os produtores estão com um caixa mais apertado.

Outras medidas - O governo avalia adotar outras medidas, como a ampliação do prazo de adesão à renegociação das dívidas dos produtores, encerrado em 31 de dezembro de 2008, e estuda a reavaliação parcial das garantias reais vinculadas a outros empréstimos ou refinanciamentos - Funcafé e os programas de saneamento de ativos (Pesa) e de recuperação das cooperativas (Recoop). Quem quitou 30% da dívida, poderia usar essa "margem" para contratar novos empréstimos. Mas o governo pondera que isso poderia, em alguns casos, elevar a dívida, já que haveria uma revisão global dos contratos. (Valor Econômico)

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