BANCO CENTRAL: Política econômica não deve mudar, diz Meirelles
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O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, avisou nesta segunda-feira (30/11) que não há ambiente para mudanças na política econômica. Na sua avaliação, ela é adequada e tem obtido bons resultados com o que chamou de "três pilares", integrados pela estabilidade macroeconômica, pelo crescimento sem volatilidade e pela sustentabilidade social e política. "O campo para inflexões de política econômica no Brasil é cada vez mais restrito, porque a estabilidade passa a ser um valor incorporado à sociedade", comentou.
Análise - A análise de Meirelles foi feita durante a cerimônia de posse do novo diretor de Política Monetária, Aldo Luiz Mendes, em substituição a Mário Torós. O novo integrante da Diretoria Colegiada do BC defendeu o aperfeiçoamento das medidas que facilitam a troca de banco pelo consumidor. "Elas ainda não têm a efetividade que pode atingir. O consumidor precisa estar mais bem informado dos seus direitos", disse Mendes ao se referir à portabilidade do crédito e dos cadastros.
Empregos formais - O presidente do BC ressaltou que, desde 2003, foram criados mais de 9 milhões de empregos formais e 25 milhões de brasileiros passaram a fazer parte da classe média, o que vem aumentando o apoio da sociedade à política de estabilização. "Isso é vital", afirmou Meirelles. Mendes tomou posse como diretor do BC, não ainda designado para a Diretoria de Política Monetária, que vai ocupar, porque a exoneração de Torós só será formalizada na sexta-feira. Depois disso, uma portaria do presidente do BC vai designar Mendes para as novas funções. Segundo a assessoria do banco, Torós está "em férias no exterior". Ele retornará amanhã para fazer a transição.
Posse - O Valor apurou que Meirelles aproveitou a ausência de Torós do país para empossar Mendes. Torós, que estava em Londres ontem, foi surpreendido. Ele só ficou sabendo da decisão de Meirelles ontem, por meio do convite formal que todos os funcionários graduados do banco recebem. Sua viagem a Londres estava acertada antes mesmo da decisão de sua saída do BC.
Força - Meirelles teria optado por excluir Torós da posse de Mendes para dar uma demonstração de força e comando no BC. Meirelles teria se irritado com a entrevista dada por Torós ao Valor, revelando os detalhes do combate aos efeitos da crise financeira internacional no Brasil. Apesar disso, a sua saída já estava acertada há quase três meses. (Valor Econômico)