FAEP: Para Ágide, crise vive uma pausa
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“As dificuldades dos produtores rurais foram imensas em 2006 e nada indica que vão cessar neste ano. Estamos vivendo apenas uma pequena pausa no plantio e colheita da safra atual, mas a previsão é que a forma com que o Governo Federal equacionou a solução das dívidas dos produtores não será suficiente. Isso, apesar de uma reação dos preços internacionais”. Esta avaliação foi feita na tarde de ontem (30/01), pelo presidente da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, durante visita à Ocepar. Segundo o dirigente, os produtores rurais paranaenses sofreram no ano passado a terceira seca consecutiva, com quebras significativas de suas safras. “Seca apenas veio agravar uma situação que havia se instalado entre nós no segundo semestre de 2004 com a desvalorização do dólar, fator este que deprime os preços de nossos produtos, gerando prejuízos cumulativos”, disse. Endividamento - Ágide afirma que a Faep têm insistido desde 2005 em diversos fóruns – junto ao Governo Federal e Congresso Nacional - que a crise é tão grande, que apenas um alongamento da dívida por vários anos tornaria possível o seu pagamento, e ainda desde que o governo mudasse a sua política cambial. “O Governo Federal de fato alongou a dívida, mas por um prazo inadequado para a sua gravidade e não deu solução para a crise cambial. Isto quer dizer que, no final deste ano de 2007, poderemos assistir à volta da inadimplência, forçada pela falta de renda suficiente para arcar com as prestações postergadas. A prova das dificuldades é facilmente apurada, bastando verificar que o crédito rural disponível para custeio não foi totalmente contratado, porque um grande número de produtores rurais já havia estourado os seus limites de crédito, em razão do montante dos alongamentos”, destacou o dirigente. PAC – Sobre o Plano de Aceleração e Crescimento, anunciado pelo governo, Ágide diz que o setor rural foi realmente deixado de lado. Ele reconhece que as ações propostas para infra-estrutura, atingem indiretamente o agronegócio, só que a médio e longo prazo. “Precisamos de investimentos no setor a curto prazo”. Ágide ressalta que o PAC sequer falou em investimentos em pesquisa agropecuária ou defesa animal e vegetal. |