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GRÃOS: Nova estimativa confirma safra recorde no Paraná

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 Dados divulgados na sexta-feira (29/04) pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento confirmam o indicativo de um novo recorde na safra paranaense de grãos. O Paraná deverá colher 32 milhões 890 mil toneladas de grãos. Na safra anterior (2009/2010), o Estado colheu 32 milhões 820 mil toneladas.

Soja - O destaque dessa produção recorde se deve-se novamente à produção da soja, que atingiu os 15 milhões de toneladas, com a produtividade da atual safra - 3.300 quilos por hectare, superando a safra de 2010 - que ficou em 3.180 quilos por hectare. Ainda segundo os técnicos do Deral, já foram colhidas 98% da safra paranaense de soja que ocupa uma área de 4 milhões e 500 mil hectares.

 

Profissionalismo - Para o engenheiro agrônomo Otmar Hübner, chefe do Deral, alguns fatores contribuíram para essa nova safra recorde. "Além do clima favorável tanto no plantio, como na colheita, o agricultor paranaense vem mostrando profissionalismo e eficiência no cultivo de suas lavouras. O uso correto das tecnologias e insumos, assim como o investimento na produção, colaboram para estes bons rendimentos para o setor", afirmou Otmar Hübner.

 

Milho - Na safra de milho, que também bateu recorde de produtividade, com colheita em média de 7.700 quilos por hectare, já foram colhidas cerca de 88% da produção, estimada em 5,86 milhões de toneladas. "Os preços do mercado para estas duas culturas estão bons para os agricultores, o que reflete em bons resultados para o setor produtivo", explicou Otmar Hübner.

 

Menor área para o trigo - As previsões de colheita só não são maiores porque haverá uma redução de 12% na área de plantio do trigo em relação à safra anterior. Em 2010 foram colhidos 3,45 milhões de toneladas de trigo. Os técnicos avaliam que a safra deste ano deverá chegar a 2,86 milhões de toneladas. Os preços pagos ao agricultor estão abaixo do esperado, sendo que a importação do produto, principalmente do mercado argentino, disputa espaço com o trigo colhido no Paraná, explicam os especialistas do setor. (Agência Estadual de Notícias)

BANCO CENTRAL: Projeção de crescimento da economia do BR em 2012 sobe para 4,25%

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Analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) aumentaram a projeção para o crescimento da economia - Produto Interno Bruto (PIB) - de 4,21% para 4,25%, em 2012. Para este ano, a estimativa permanece em 4%. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (02/05), a expectativa para o crescimento da produção industrial, neste ano, passou de 4,06% para 4,04%, e em 2012, de 4,65% para 4,58%.

Dívida líquida - A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi ajustada de 39,26% para 39,23%, em 2011, e mantida em 38%, no próximo ano.

 

Dólar - A expectativa para a cotação do dólar ao final de 2011 caiu de R$ 1,65 para R$ 1,62. Para o fim de 2012, a projeção segue em R$ 1,70. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) foi ajustada de US$ 18 bilhões para US$ 18,05 bilhões, neste ano, e de US$ 10,05 bilhões para US$ 10 bilhões, em 2012.

 

Transações correntes - Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa passou de US$ 60,5 bilhões para US$ 60 bilhões, em 2011, e de US$ 69,1 bilhões para US$ 69,5 bilhões, no próximo ano. 

 

Investimento estrangeiro - A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi alterada de US$ 45 bilhões para US$ 46 bilhões, neste ano, e segue em US$ 45 bilhões, em 2012. (Agência Brasil)

MACROECONOMIA: Alta da inflação ameaça América do Sul

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Com a alta das commodities e uma forte demanda interna, o aumento da inflação tornou-se uma das principais ameaças macroeconômicas em toda a América do Sul, com exceção da Colômbia e do Equador. Na Bolívia e no Paraguai, o índice acumulado em 12 meses voltou ao patamar de dois dígitos. Em outros três países - Chile, Peru e Uruguai -, pode ser ultrapassado o teto da meta estipulada pelos bancos centrais, que já promoveram várias rodadas de elevação das taxas de juros. Enquanto isso, com distorções macroeconômicas mais sérias, Argentina e Venezuela disputam o título de maior inflação do mundo, segundo levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Graus variados - "Claramente há uma inflação de commodities em todos esses países, com graus variados", diz o economista Alberto Ramos, especialista em mercados emergentes do Goldman Sachs. Um novo relatório do banco de investimentos demonstra que as pressões vindas do aumento no preço internacional das commodities deverão se moderar nos próximos 12 meses. "Mas os bancos centrais não podem fechar as portas e sair de férias", adverte. "Como a região é exportadora líquida de commodities, o processo de aumento de renda alavancou o consumo e, por esse canal, ainda vai pressionar a inflação pelo lado da demanda."

 

Chile - Um dos países que sofrem com o aumento de preços é o Chile, onde o próprio BC prevê o estouro da meta para 2011, que varia de 2% a 4%. A atual estimativa é de 4,3% e levou a autoridade monetária a subir os juros em 1,25 ponto percentual desde fevereiro. Nem mesmo a valorização do peso chileno, que atingiu o maior nível em três anos na semana passada, tem dado refresco para a inflação. Há boa coordenação, no entanto, entre as políticas monetária e fiscal: o Ministério da Fazenda anunciou um corte de até US$ 800 milhões no orçamento. Com isso, pela primeira vez em oito anos, o gasto público deverá crescer em um ritmo menor do que o do PIB.

 

Uruguai - Situação parecida vive o Uruguai, que teve inflação de 1,42% em março, a maior para o mês desde 1996. O índice de preços acumulado em 12 meses já ultrapassa em mais de dois pontos percentuais o teto da meta definida pelo BC para este ano, de 4% a 6%. Sobrevalorizado, devido à entrada de dólares pelas exportações agropecuárias e pelos investimentos estrangeiros, o peso uruguaio tocou o menor valor desde a crise de 2002.

 

Estratégia ineficaz - O governo prometeu apertar a política fiscal e os juros subiram, mas há analistas que consideram a estratégia "ineficaz" até agora, como Jorge Caumont, professor de economia da Universidade ORT. Além de defender a livre flutuação da moeda, com o fim das intervenções no câmbio, ele critica o relaxamento da política monetária. "A inflação não poderá ser controlada e terá um registro similar ao da diferença entre o ritmo de expansão da quantidade de dinheiro em circulação e o ritmo de crescimento da economia. Essa diferença se situa hoje em mais de 10%, o que deverá se traduzir em aumento dos preços ao consumidor", afirma Caumont.

 

Venezuela - Também há fortes críticas quanto à condução da política monetária na Venezuela. Apesar da recessão nos últimos dois anos, a disparada inflacionária não cedeu. O país cortou três zeros da moeda nacional, que ganhou o nome de bolívar forte, em 2008. Mas enfrentou desvalorizações - a última, em janeiro, acabou com o regime duplo de câmbio para as importações - e teve alta de 26,2% nos preços no acumulado em 12 meses.

 

Nível ótimo - Para Orlando Ochoa, professor de economia da Universidade Católica Andrés Bello, a culpa pode ser atribuída ao BC, que fixou um "nível ótimo" de reservas internacionais em torno de US$ 28 bilhões. Tudo o que entra no país acima disso, em um momento de cotações elevadas do petróleo (produto que representa 95% das exportações venezuelanas), vai para um fundo social diretamente gerido pelo presidente Hugo Chávez e injeta dinheiro na economia, evitando o controle da inflação.

 

Demais países - Nos demais países andinos, há cenários opostos. Colômbia e Equador devem ter índices abaixo de 4% neste ano. No Peru, o BC deu um "minichoque" nos juros, com quatro altas consecutivas, que levaram a taxa básica a 4%. Com isso, espera manter a inflação dentro do teto da meta (3%), embora o acumulado apenas no primeiro trimestre já tenha chegado à metade disso.

 

Bolívia - Já a Bolívia tem uma situação mais complexa. Na virada do ano, o presidente Evo Morales viveu a maior crise política de sua gestão após um aumento de 82% no preço dos combustíveis, que foi obrigado a revogar por causa dos protestos sociais. Só que isso representou um sinal verde para uma série de outros reajustes, que levaram a inflação a 10%, no acumulado de 12 meses. O governo revisou a meta para este ano (de 4% para 6%) e o reajuste dado por Morales a funcionários públicos, também de 10%, acabou ficando defasado.

 

Argentina - Na Argentina, onde a inflação oficial é inferior à metade da registrada por consultorias e centros de estudos independentes, a temporada de negociações salariais chega à sua etapa decisiva no segundo trimestre. Na semana passada, os bancários ameaçaram entrar em greve para forçar um reajuste de 35%. De acordo com levantamento da SEL Consultores, especializada no mercado de trabalho, o aumento médio dos salários neste ano está sendo de 30% - 2,5 pontos percentuais a mais do que as empresas privadas haviam programado em seus orçamentos.

 

Ausência de indicadores - Para a SEL, "a ausência de indicadores de preços aceitos por todas as partes pode derivar em uma superestimativa das expectativas inflacionárias, cujo efeito pode ser uma demanda salarial mais alta". A divergência é grande. Enquanto o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) aponta inflação acumulada de 2,3% no primeiro trimestre, as medições paralelas atingem 5,6%, como a da Buenos Aires City, vinculada à Universidade de Buenos Aires e dirigida por Graciela Bevacqua, ex-diretora do Indec afastada pelo governo.

 

Caso à parte - Para o Goldman Sachs, Argentina e Venezuela devem ser analisadas como um caso à parte. "A inflação nesses dois países tem uma característica muito diferente: não caiu significativamente nem mesmo na recessão de 2008/2009, é endêmica e leva a um grau de subinvestimento muito grande na economia", observa Alberto Ramos. "Só não se evolui para uma hiperinflação porque não existe monetização dos déficits fiscais", argumenta. (Valor Econômico)

RAMO CRÉDITO II: Cooperativas de crédito respondem por 13% dos financiamentos de custeio

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Com base em dados do sistema cooperativista e do Banco Central, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) acaba de divulgar resultados de levantamento sobre a participação das cooperativas de crédito na liberação de crédito rural. Segundo o estudo, em 2010, de R$ 81 bilhões (volume total de recursos liberados no crédito rural), as cooperativas de crédito participaram com 13% do volume total emprestado em custeio, ultrapassando a cifra R$ 5,8 bilhões; com 7% do crédito para investimento (mais de R$ 1,3 bilhão) e com 4% do crédito para comercialização, ou cerca de R$ 511 milhões. (O Estado de São Paulo)

EXPOLONDRINA I: Evento movimenta mais de R$ 337 milhões

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A 51ª  Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina) movimentou, de 7 a 17 de abril, R$ 337,13 milhões, valor 73,7% superior ao registrado na edição anterior, que atingiu R$ 194,07 milhões. O montante engloba toda a verba gerada com transporte, montagem de estandes, alimentos comercializados, empregos gerados, arrecadação do parque de diversões, leilões, comércio de produtos em geral, venda de veículos, maquinário e financiamentos. O balanço foi apresentado nesta terça-feira (26/04) durante entrevista coletiva promovida pela Sociedade Rural do Paraná (SRP), organizadora da ExpoLondrina.

Reflexo - A expectativa inicial da organização era movimentar R$ 200 milhões este ano. Segundo o presidente da SRP, Gustavo Andrade e Lopes, as projeções iniciais foram feitas de forma equilibrada. ''A ExpoLondrina 2011 foi realmente um sucesso, uma feira de números extraordinários. Isso é reflexo da boa situação da economia e, principalmente, do agronegócio. Os investimentos no setor superaram as expectativas'', comemorou Lopes.

 

Visitantes - O número de visitantes também foi recorde: 500.867. A participação de público foi 8,04% superior à de 2010. Somente nos shows e rodeios, o evento reuniu 123.804 pessoas. No penúltimo dia da feira, 16 de abril, 80.603 visitantes passaram pelo Parque de Exposições Governador Ney Braga, um recorde de público em um dia. O presidente da SRP também salientou a grande presença de representantes políticos na ExpoLondrina 2011. Para Lopes, o evento passou a ser mais reconhecido nacionalmente.

 

Leilões - No total, a feira realizou 28 leilões, nos quais foram comercializados 8.181 animais e arrecadados R$ 20,52 milhões. Em 2010, o volume arrecadado foi 19% menor, cerca de R$ 17 milhões. Ao longo de toda a feira, mais de três mil animais, de 38 raças, passaram por julgamentos. No total, a ExpoLondrina reuniu 11.907 animais. Durante a cavalgada, houve a participação de 1.745 cavaleiros.

 

Máquinas - O setor de máquinas, equipamentos e veículos apresentou crescimento nas vendas, comercializando R$ 82,91 milhões. Segundo Lopes, foram gerados R$ 6 milhões em empregos criados pela ExpoLondrina 2011.

 

Novidades - O constante aumento de público acarretou o surgimento de gargalos de infraestrutura necessários para organização das próximas edições do evento. Em relação à demanda pela construção de uma passarela sobre a BR 369 para facilitar o acesso de pedestres ao Parque, Lopes afirmou que a Sociedade Rural incentiva a obra, mas esclarece que o projeto depende de órgãos públicos. Segundo ele, não estão previstas mudanças drásticas, mas as novidades para o ano que vem ainda estão sendo analisadas. ''Precisamos ampliar a área de expositores e, para isso, vamos remanejar áreas dentro do Parque'', revelou Lopes, argumentando que a demanda de expositores foi tão alta que alguns precisaram ficar de fora este ano. A 52ª edição da ExpoLondrina será promovida entre os dias 5 a 15 de abril de 2012. (Folha de Londrina).

EXPOLONDRINA II: Financiamentos atingiram R$ 181 milhões

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Um dos grandes destaques deste ano foram os financiamentos realizados durante a feira, que totalizaram R$ 181 milhões. ''Os produtores estão investindo em tecnologia, máquinas, gado e em melhoria na propriedade. Ficamos entusiasmados'', ressaltou Gustavo Andrade e Lopes, presidente da Sociedade Rural do Paraná. De acordo com Lopes, no ano passado, os financiamentos não chegaram a R$ 60 milhões. ''Os produtores puderam reinvestir no agronegócio. Isso é importante porque garante a continuação do crescimento da economia'', salientou.

Números - O Banco do Brasil realizou R$ 100 milhões em propostas de financiamentos a produtores durante a feira, volume quatro vezes maior que o negociado no ano passado, de R$ 22 milhões. A cooperativa Sicredi União protocolou R$ 32 milhões em financiamentos até a última quinta-feira da ExpoLondrina, valor 20% superior a 2010. Já o BRDE fechou cerca de R$ 43 milhões em financiamentos durante o evento.

Resulto excelente - De acordo com o diretor superintendente do Sicredi União, Rogério Machado, o valor total de financiamentos protocolados até o último dia da feira - entre pedidos e negócios já fechados - chegou a R$ 50 milhões, 78% a mais que no ano passado, de R$ 28 milhões. Ele creditou o ''excelente'' resultado ao bom momento do agronegócio. ''Esses financiamentos são fruto da própria atividade do agrobusiness que está pujante nos anos de 2010/2011 e do preço dos produtos que estão com valores históricos'', relatou. Outro atrativo, segundo Machado, são as taxas de crédito para financiamento via BNDES que variam entre 1,5% e 6,5% ao ano. ''É um valor baixo para investimento a longo prazo'', reiterou. Machado adiantou que a cooperativa mantém no seu calendário fixo a participação nas próximas edições da ExpoLondrina. ''Além de ter grande importância para a empresa e associados, a feira é uma referência de como será o restante do ano'', afirmou.

 

Safra boa - O superintendente regional do Banco do Brasil em Londrina, Flávio Mazzaro, também remeteu o sucesso em propostas de financiamentos aos resultados positivos da safra 2010/2011. ''Tivemos produtividade, preço e boas perspectivas para o mercado futuro'', observou. Um diferencial deste ano foi a disponibilização de linhas de crédito variadas para investimento na pecuária. ''São linhas atrativas para atender o pecuarista em todas as modalidades, desde aquisição de animais, maquinários, melhorias de plantel, até infraestrutura'', apontou. ''Embora a pecuária tenha se destacado, as linhas de agricultura foram o carro-chefe dos financiamentos'', acrescentou. O banco encerra hoje o recolhimento das propostas remanescentes da feira. (Folha de Londrina)

FINANCIAMENTO: Crédito rural pode superar 95% dos recursos programados

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A concessão do crédito rural, no período de julho de 2010 a junho de 2011, pode chegar a mais de 95% do valor de R$ 100 bilhões previstos. A confirmação deve ocorrer se for mantida a taxa de crescimento do ano passado para os meses de abril, maio e junho, no valor de R$ 26,7 bilhões. O diretor do Departamento de Economia Agrícola da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Wilson Araújo, explica que, se a previsão for confirmada, será o maior percentual da série histórica da agricultura empresarial. Desde a safra 1999/2000, quando atingiu R$ 11,8 bilhões, o valor aumenta consideravelmente. No ano passado, o percentual chegou a 91% do programado, com R$ 84,4 bilhões.

Custeio e comercialização - De julho de 2010 a março deste ano, os recursos para custeio e comercialização ultrapassaram os R$ 51 bilhões, o que representa 68,2% do valor previsto para a safra atual (R$ 75,5 bilhões). Os desembolsos dos programas de investimento chegaram a R$ 10,2 bilhões, o equivalente a um aumento de 39,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

PSI - Lançado em 2009 para combater os efeitos da crise financeira mundial, o Programa de Sustentação de Investimento (PSI-BK) utilizou 107% dos valores previstos (R$ 4 bilhões), chegando a R$ 4,3 bilhões, de julho de 2010 a março deste ano. O montante corresponde a um aumento de 41,8% do valor financiado no mesmo período do ano passado. A contratação dentro desse programa ocorreria até o mês de março, mas foi prorrogada até dezembro de 2011 a fim de manter o ritmo do crescimento econômico. O programa tem como finalidade financiar bens de capitais, inclusive máquinas e equipamentos agrícolas e estruturas de armazenagem.

 

Médio produtor - O médio produtor rural também teve acréscimo nos desembolsos. Até março de 2011, foram liberados R$ 3,7 bilhões de recursos por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). No mesmo período do ano anterior, os recursos liberados haviam chegado a R$ 2,4 bilhões. "É um aumento de 52%, com perspectivas de aumentar ainda mais", estima Wilson Araújo.

 

Cooperativas - O crédito rural destinado às cooperativas também registrou um bom desempenho. É o caso do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro), do qual foram utilizados 111% do programado, sendo aplicados R$ 2,2 bilhões dos R$ 2 bilhões previstos. "Essa é uma clara posição do governo de apoio ao sistema de cooperativas", explica o diretor.

 

Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) - foi criado em 2009, durante a crise financeira internacional, para tornar viável a compra de máquinas. Cobra juros de 5,5%, menores que a média do crédito rural (6,75%). Os interessados podem acessar a linha de crédito até dezembro de 2011.

 

Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro) - linha de crédito direcionada às cooperativas de produção agropecuária, pesqueiras e aquícolas, para capital de giro, saneamento financeiro ou reestruturação patrimonial. São R$ 2 bilhões a juros de 6,75% ao ano.

 

Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) - destinado ao custeio e investimento pelo médio produtor rural, a juros de 6,25% ao ano. A classe média do campo é aquela que tem renda bruta anual de até R$ 500 mil. O programa, com dotação de R$ 5,65 bilhões, tem limites de financiamento de R$ 200 mil para investimento e de R$ 275 mil para custeio, por produtor. (Mapa)

COMMODITIES: Cotação da soja sofre primeira queda em quatro sessões

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Os indícios de retração na economia chinesa afetaram os futuros da soja na bolsa de Chicago, forçando a primeira queda em quatro sessões. Os contratos para julho encerraram o dia valendo US$ 13,8925 o bushel, retração de 7,25 centavos. Nesta terça-feira (26/04) no mercado, havia muita especulação de que a China pode reduzir importações, aumentar taxa de juros e, ao elevar os custos, reduzir os lucros dos processadores do grão, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Os mesmos especialistas acreditam que a China pode subir o custo dos empréstimos já no segundo trimestre após ter feito quatro aumentos desde outubro. No mercado interno, a saca do grão em Campo Novo do Parecis (MT) encerrou o dia em queda de 0,55%, valendo R$ 36, de acordo com o Imea/Famato.

Milho - O mais lento ritmo de plantio de milho registrado desde 1998 nos Estados Unidos fez com que os preços do cereal subissem ontem para o patamar mais elevado em duas semanas na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento julho terminaram a terça-feira cotados a US$ 7,7275 por bushel, em alta de 4,25 centavos de dólar. Segundo a Bloomberg, as fortes chuvas que caem sobre a região produtora americana têm deixado os campos muito úmidos, impedindo que as máquinas entrem nas lavouras. Até o último domingo, apenas 9% da área prevista para receber o cereal estava semeada, sendo que a média para está época do ano é de 23%, segundo o USDA. No Paraná, a saca de milho foi cotada ontem a R$ 24,09, em queda de 0,12%, de acordo com levantamento do Deral/Seab. (Valor Econômico)

INTERNACIONAL: Alta de alimentos vai frear crescimento de emergentes na Ásia

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Os preços mundiais dos alimentos, em alta de 30% nos dois primeiros meses do ano, ameaçam empurrar milhões de asiáticos para a pobreza extrema e reduzir o crescimento econômico, alertou o Banco de Desenvolvimento Asiático (ADB, na sigla em inglês). O aumento dos preços traduziu-se em inflação média de 10% nos alimentos de muitos países asiáticos, o que poderia levar 64 milhões de pessoas à pobreza, segundo relatório do banco. A alta corroerá ainda mais o padrão de vida das famílias que já vivem na pobreza.

Fatores - Os preços dos alimentos vêm sendo puxados pela alta do petróleo, escassez de produção por problemas climáticos e restrições às exportações, aplicadas por vários países produtores de alimentos. Se os altos preços de alimentos e petróleo persistirem pelo resto do ano, isso pode cortar até 1,5 ponto porcentual do crescimento econômico dos países em desenvolvimento asiáticos, diz o ADB.

 

Mais afetados - Alguns países serão atingidos mais duramente. Cingapura é mais vulnerável à inflação, porque a pequena cidade-Estado importa todos os alimentos que consome. Já a Coreia do Sul, onde os alimentos representam uma parte menor do índice de preços ao consumidor, será menos afetada. O aumento no custo dos alimentos é um sério golpe para a região, que se recuperou velozmente da crise econômica mundial.

 

Grãos - O declínio nos estoques de grãos, o aumento na demanda dos países asiáticos com grandes populações que vêm ficando mais ricas e a diminuição das áreas de cultivo continuarão mantendo os preços altos no curto prazo. Também terão impacto a concorrência representada pelo uso de grãos para produzir biocombustíveis e o rendimento estagnado ou em queda das colheitas. A seca no principal área de trigo da China e as enchentes em regiões produtoras de arroz na Ásia reduziram a oferta dessas produtos.

 

Proibições - O economista-chefe do ADB, Changyong Rhee, pediu que sejam evitadas proibições às exportações de alimentos e outras medidas de curto prazo. Em vez disso, defendeu mais gastos para melhorar a produtividade agrícola e mais investimento para aperfeiçoar a irrigação, armazenagem de alimentos e obras de infraestrutura. "A crise alimentícia, se não controlada, corroerá gravemente os recentes ganhos na redução da pobreza obtidos na Ásia", diz o ADB.

 

Gasto - As famílias pobres na Ásia são atingidas muito mais fortemente pela inflação dos alimentos porque gastam até 60% da renda em comida, proporção bem maior que nos países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento da Ásia possuem quase 70% da população pobre mundial - cerca de 600 milhões de pessoas -, que vive com US$ 1,25 ou menos por dia. Em contraste, a população dos EUA e outros países ricos gastam cerca de 15% de sua renda em alimentos, o que reduz o impacto do aumento dos alimentos. Além disso, grande parte da comida vendida nos países ricos é processada, de forma que os custos de produção industrial representam uma proporção maior do preço final.

 

Preços mundiais - Em fevereiro, os preços mundiais dos alimentos subiram 34,2% em comparação ao mesmo mês de 2010, após a elevação de 28,4% registrada em janeiro, de acordo com o índice referencial da Organização da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO). Os preços de cereais, óleo comestível e carne puxaram a alta do indicador. A FAO advertiu que 29 países da África, Ásia, Oriente Médio e da América Latina e Caribe precisarão de assistência alimentícia. Afeganistão e Paquistão estão entre os países que se deparam com graves problemas de falta de alimentos, em parte, por fatores como descontentamento social e conflitos étnicos. Camboja e Laos também enfrentam perspectivas desfavoráveis para suas plantações, pela irregularidade e atraso nas chuvas. (Associated Press / Valor Econômico)

CICLO DE PALESTRA: Evento discute tecnologia e sustentabilidade

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O pesquisador e ex-presidente da Embrapa Sílvio Crestana vai apresentar o tema desta terça-feira (26/04) do Ciclo de Palestras "Informação e Análise do Agronegócio", que a Gazeta do Povo e o Jornal de Londrina realizam na sede do Iapar, em Londrina, das 14 h às 17h30. Ele foi escolhido para comandar a palestra no lugar do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues que, devido a imprevistos, cancelou sua participação no evento. A discussão será sobre tecnologia e sustentabilidade e vai abordar os desafios e oportunidades do novo ciclo do agronegócio. Participam do debate lideranças do Iapar, Embrapa Soja, Coodetec, Fundação Meridional e da Faep. A Ocepar será representada no evento pelo superintendente José Roberto Ricken.

Determinante - O investimento em tecnologia se tornou determinante para a sustentabilidade da produção rural, num cenário de constante crescimento da demanda por alimentos. O tema, discutido nesta terça no Ciclo de Palestras da Gazeta do Povo, abrange questões ligadas à rotina dos produtores e à política pública. Os técnicos e pesquisadores do agronegócio se inserem nessa perspectiva pelo fato de seu trabalho definir em boa medida o futuro da produção rural. Com pesquisas e orientações técnicas, eles norteiam boa parte dos agricultores na hora da tomada de decisões.

 

Demandas - O debate promete esclarecer ainda as demandas que o projeto de contínua expansão na produção de alimentos impõe às próprias instituições de pesquisa. O desafio vai além da exigência sobre o desempenho dos especialistas, abrangendo também a constante necessidade de integração entre o campo e a ciência. O Brasil vem assumindo o compromisso de ampliar a produção de alimentos para atender outras nações. Mas uma série de medidas é necessárias para isso, muitas delas envolvendo setores de fora da porteira.

 

Outros eventos - A fase 2011 do Ciclo de Palestras, aberta em fevereiro, terá ao todo seis eventos. Mais três vão ocorrer no interior do Paraná. Um deles está programado para a cidade de Luís Eduardo Magalhães, centro da produção de soja, milho e algodão da Bahia. (Com informações do Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

SAFRA DE INVERNO III: Lavouras de canola ocupam área 5 vezes maior que há 4 anos

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A oleaginosa de flor amarela, que tem um teor de óleo duas vezes maior que o da soja, cresce enquanto aposta de inverno entre os produtores paranaenses. A área de cultivo deste ano, projetada em 21,5 mil hectares, é cinco vezes maior que a de quatro safras atrás. O investimento da empresa Sementes Plantar na produção de canola é um exemplo dessa novidade no campo. Até o ano passado, essa cultura não fazia parte das atividades do grupo, que trabalha também com soja, milho, trigo e aveia na região de Cascavel. Luiz Carlos Nardi, agrônomo e coordenador do Departamento Técnico da Plantar, enumera as vantagens que fizeram a empresa escolher a canola: a oleaginosa não compete diretamente com a soja; se adapta bem ao Oeste do Paraná e participa do sistema de rotaçao de cultura.

Vantagens - Em comparação com o trigo, a canola é mais tolerante à geada e apresenta rendimento mais estável, uma vez que o preço é cotado a partir do mercado da soja, relata Nardi. Outra vantagem vem da comparação dos custos. O investimento na canola corresponde a 18,5 sacas por hectare, enquanto o trigo exige gastos que equivalem a 40 sacas por hectare, compara. A oleaginosa de inverno está em espaços da Plantar antes cultivados com trigo e aveia.

 

Primeiro ano - "Este é nosso primeiro ano de cultivo comercial de canola. No ano passado, agrônomos do grupo acompanharam a safra em outras áreas. Domesticando o manejo, pretendemos aumentar a área de cultura nos próximos anos", afirma. Em 2011, estão sendo plantados 350 hectares, 5% da área da empresa. A produtividade esperada é de 33 sacas/ha. O destino da produção será para a fabricação de óleo de cozinha. Se no trigo a colheita oferece de 5 a 10 sacas a mais que a produção necessária para cobrir os custos, a canola rende perto de 15 sacas de lucro.

 

Veterano - Gibran Araújo é veterano no cultivo. Ele introduziu a canola na região de Guarapuava há quatro anos. O produtor pretende ocupar 200 ha de sua propriedade com a cultura. Neste inverno, o restante das terras recebe cevada (450 ha) e trigo (600 ha). O destino de sua produção também é para o óleo comestível. Ele espera produtividade de conseguir 25 sacas/ha. E explica: "O potencial de produção chega a 66 sacas/ha. No entanto, a canola ainda é uma cultura nova no Brasil, que está em desenvolvimento."

 

Estimativa - A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) estima que a canola vai ocupar 21, 5 mil ha em 2011. Em 2007, eram apenas 3,9 mil hectares. O Oeste do estado é a região que mais tem investido na oleagionsa (37%). O setor ainda depende de sementes importadas para o cultivo. O manejo regional vem sendo testado e desenvolvido pelos próprios produtores, que estabelecem contratos de venda antecipada para garantir renda ao final da colheita. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

SAFRA DE INVERNO IV: Centeio e cevada também crescem

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Apesar de apresentar avanço menos significativo que o verificado na canola, o cultivo de centeio e cevada também deve apresentar crescimento neste ano. O centeio passa de 390 para 710 hectares, com uma expansão de 81%, enquanto a cevada avança 11% , de 47,8 mil para 53,1 mil hectares, conforme a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). Essas duas culturas tradicionalmente ocupam área do trigo quando os produtores mostram-se decepcionados com o cereal.

Aveia - Mas o trigo não é o único produto com retração. A aveia preta, cobertura mais utilizada no estado para proteger o solo nos períodos de frio, cai de 189 mil para 172 mil hectares (-9%), enquanto a aveia branca passa de 50,6 mil para 48,6 mil hectares (-4%). Apesar dos altos de baixos, o trigo ainda cobre 83% da área destinada às culturas de inverno no Paraná (desconsiderando o milho de segunda safra, plantado a partir de janeiro). O total de 1 milhão de hectares, ultrapassado anualmente, é maior que a área dedicada ao milho no último verão. O cereal não alcançou 800 mil hectares na última safra e agora, no segundo ciclo, deve atingir 1,6 milhão de toneladas. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

COODETEC: Sementes CD estão entre as mais produtivas no Mato Grosso do Sul

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Mesmo com as fortes chuvas registradas no início da colheita de soja no Mato Grosso do Sul, boa parte dos produtores está satisfeita com os resultados alcançados nesta safra. Os sojicultores que optaram pelas sementes da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola - Coodetec, tiveram boa produtividade, especialmente aqueles que semearam a cultivar CD 250RR.

Potencial produtivo - Esta cultivar, além de ser precoce, possui alto potencial produtivo. Na região Sul do Brasil, vários agricultores já conheceram e tiveram a oportunidade de comprovar este potencial. O produtor de Dourados, Gilberto Afonso Scholz, plantou duas variedades de soja nesta safra e uma delas foi a cultivar CD 250RR. Esta semente rendeu 51 sacas por hectare, seis sacas a mais do que a outra variedade. "Onde colhi o material CD já tenho milho verde, em fase segura. Na outra área, o milho está pendoando. Gostei dessa soja, principalmente pela precocidade. Achei que as plantas ficariam pequenas, mas cresceram bem e têm boa sanidade."

 

Economia - Em Naviraí, o diretor secretário da Copasul (Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense), Edson Yukishigue Shingu, plantou quatro variedades e, na média, a produção de CD 250RR foi a maior, 61 sacas por hectare. "Gostei muito dessa variedade. Agrada pela precocidade, enchimento de vagens com até cinco grãos, boa sanidade e porte bom. Além disso, representa uma grande economia, porque não é necessário jogar muitas sementes na terra, na hora do plantio", detalhou.

 

Chuvas - Na região de Naviraí não houve muito problema com chuva, porém, em Aral Moreira, os sojicultores estavam preocupados com o excesso de água nas lavouras prontas para colheita. Altair Natal Bertoncello e Adair Santori optaram pela semente CD e, mesmo com as fortes chuvas, colheram bem. Bertoncello alcançou 59 sacas por hectare. "Tinha a CD 250RR em duas áreas e percebi que na parte de fertilidade maior, o material ultrapassava as 63 sacas por hectare. Sem contar que o material sofreu 20 dias, depois de pronto, com o excesso de chuvas." Adair Santori colheu 63 sacas por hectare. "Gostei muito da cultivar, cresce bem, mesmo plantando no cedo. É um material super precoce e apresenta boa produção", informou.

 

CD 237 RR - Outra cultivar Coodetec que está agradando os produtores do Mato Grosso do Sul é a CD 237 RR. Essa variedade possui alto potencial produtivo e resistência aos nematoides formadores de galhas e cisto Raça 3. O produtor de soja de Dourados, Enio José Missio, colheu 60 sacas por hectare. Segundo ele, o grande diferencial foi o acompanhamento técnico. "É uma cultivar com excelente germinação e não é necessário jogar muitas sementes na terra. Plantei em uma época boa, mais tarde, por isso não tive problemas com chuva. Gostei dessa variedade e vou continuar com ela." Missio plantou a cultivar CD 237RR em uma área que costumava ter problemas com nematoides, mas, nesta safra, não houve prejuízos. "A CD 237RR é muito resistente, dessa vez, não registrei ataque de nematoides."

 

Resultado - Em Antônio João, o sojicultor Jean Brasa Ferreira optou por duas cultivares da Coodetec (CD 237RR e CD 250RR). Com a primeira, o produtor colheu 58 sacas por hectare. "Plantei a CD 237RR numa área de abertura, com expectativa de colher entre 40 a 45 sacas por hectare. Mas, a variedade me surpreendeu, tanto pela rusticidade do material, quanto pela produtividade", informou. Segundo Ferreira, com a CD 250RR ele garantiu uma safrinha de alto potencial. "Essa cultivar se encaixou bem na necessidade que tenho de material rápido, com plantio antecipado nos talhões de alta fertilidade. Não deixa a desejar." Na lavoura de Jean Brasa Ferreira, a cultivar CD rendeu mais de 61 sacas por hectare. (Imprensa Coodetec)

SUSTENTABILIDADE I: Agricultura de Baixo Carbono é boa opção para produtores

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Criado em junho do ano passado, o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) ainda não chegou ao conhecimento de grande parte dos envolvidos no agronegócio brasileiro. Muitos agricultores, técnicos e, até mesmo, instituições governamentais não possuem informações concretas sobre o funcionamento e os serviços oferecidos pelo ABC. O programa foi instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o objetivo de estimular técnicas e atitudes que aliem produção de alimentos e bionergia com redução dos gases causadores do efeito estufa.

Crédito - O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 disponibiliza R$ 18 bilhões para crédito rural. Deste total, R$ 2 bilhões são destinados ao programa ABC, para investimento em técnicas que garantem balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2). O programa vai garantir recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos. A carência pode variar de seis meses a três anos dependendo da tecnologia adotada pelo produtor.

Público -Segundo o Mapa, o ABC é destinado aos agricultores de todos os biomas brasileiros e pretende, em um prazo de 10 anos, deixar de emitir 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2. Os recursos do programa são focados em cinco práticas sustentáveis de produção: plantio direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), plantio de florestas, recuperação de áreas degradadas e fixação biológica de nitrogênio.

Equilíbrio - Para Renato Viana Gonçalves, da divisão de cultivos florestais da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), o resultado do programa vai depender da percepção do produtor e da expectativa de retorno financeiro. ''O programa vai propiciar o equilíbrio entre produção e sustentabilidade ambiental'', avalia.

Remuneração - O diretor adjunto de pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Augusto Guilherme de Araújo, lembra que a legislação ambiental está cada vez mais restritiva quanto ao uso de agrotóxicos e para o controle da erosão. ''Quando surge uma forma de transformar o impacto ambiental negativo em positivo, o produtor que se adequar pode ganhar com isso'', revela. Araújo acredita que essa iniciativa pode indicar um posicionamento favorável do governo à remuneração por serviços ambientais. ''A sociedade está começando a se conscientizar de que é preciso pagar o agricultor pelo serviço ambiental prestado. O ABC vem ao encontro desse anseio do produtor'', argumenta.

Código Florestal - De acordo com o responsável técnico da Master Ambiental, Fernando João Rodrigues de Barros, a indefinição para aprovação do novo Código Florestal dificulta o processo. Barros acredita que após a definição da nova legislação, deve se iniciar um processo de aproximação entre produtores e ambientalistas. ''Só existe um caminho: remunerar o produtor que protege a água e os recursos de sua propriedade'', reforça Barros, alegando que o Brasil só conseguirá atender a demanda mundial por alimentos se preservar sua água.

Fotossíntese - O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, explica que, por meio da fotossíntese, a produção agrícola retira o carbono da atmosfera e o fixa nas plantas. Ao utilizar o produto na alimentação animal - como o farelo de soja - parte do carbono volta a ser liberado na atmosfera e parte é fixada no animal. ''O objetivo é deixar esse balanço positivo, que ocorre quando o volume de carbono retirado da atmosfera e fixado nas plantas e no solo é maior do que o emitido'', esclarece. Segundo ele, o programa ABC é uma oportunidade para o produtor. ''É uma oportunidade de ganhar mais e praticar agricultura de menor impacto ambiental'', avalia.

Mais investimentos - Além do ABC, recursos do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 são investidos no Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), que inclui a cultura da palma entre os itens financiáveis, quando cultivada em áreas degradadas, e o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Proflora), direcionado à implantação de florestas e à recomposição das áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente. (Folha Rural / Folha de Londrina)

SUSTENTABILIDADE II: Plantio Direto é destaque no Paraná

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Dentre as atitudes sustentáveis enfatizadas pelo programa Agricultura de Baixo Carbono, o Plantio Direto na Palha é o mais disseminado entre os agricultores paranaenses. O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, informa que o Estado possui 5 milhões de hectares plantados no sistema. O produtor Cláudio Vicente D'Agostini foi um dos pioneiros a aderir ao plantio direto. Em sua propriedade de 387 hectares, localizada em Sabáudia, D'Agostini utiliza a técnica há 20 anos. ''Não sei se ficaria na roça sem o plantio direto'', ressalta. Com o ABC, o Ministério da Agricultura pretende ampliar a área ocupada com a técnica em 8 milhões de hectares.

Rotação de cultura - ''No verão eu planto soja por dois anos e depois planto milho. Faço rotação de culturas para não ter perigo de doenças e também porque faz bem para a terra'', alega. Já no inverno, D'Agostini planta milho safrinha ou trigo. Mesmo sem saber detalhes sobre os benefícios do plantio direto para a retenção de carbono, o produtor esclarece que optou pela técnica para evitar a erosão. ''Hoje, resolvi 100% do problema, dificilmente corre água na plantação'', comemora.

 

Vantagens - A semeadura direta na palha faz com que a terra não fique exposta ao sol. Além disso, ao dispensar o revolvimento da terra, o sistema preserva a matéria orgânica no solo, o que representa mais carbono fixado. De acordo com o engenheiro agrônomo do Instituto Emater, Geraldo Moreli, a lavoura de Cláudio D'Agostini possui elevado nível de carbono por metro cúbico de solo, devido ao processo contínuo de plantio direto e à realização de rotação de culturas. ''Ao manter a palha no solo o produtor evita erosão e os microorganismos agem com mais intensidade'', explica Moreli.

 

Palhada - Segundo Sérgio Alves, com o plantio direto a taxa de apodrecimento da palha que fica na superfície é menor se comparado ao solo arado. ''Quando a palhada apodrece, uma parte do carbono é absorvida pelo solo e outra volta para a atmosfera'', elucida. Alves afirma que a média de presença de matéria orgânica do solo em Londrina é de 1,8%. ''Já registramos índices de 3% de matéria orgânica em áreas com plantio direto'', salienta.

 

Outras práticas - Em relação à fixação biológica do nitrogênio, o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, afirma que esta é uma técnica muito importante para a cultura da soja. ''O Brasil é o país que mais utiliza essa tecnologia'', revela. A inoculação de bactérias em sementes de leguminosas reduz a adubação mineral nitrogenada e, em alguns casos, chega a substituí-la, diminuindo o custo de produção. ''Calcula-se uma economia de R$ 5 bilhões por safra no País'', informa.

 

Manejo integrado - Cattelan aponta, ainda, outras práticas agrícolas que trazem benefícios ao meio ambiente e economia ao produtor, como o Manejo Integrado de Pragas, que reduz a aplicação de inseticidas, e as pesquisas destinadas à racionalização do uso de fertilizantes, que garantem o bom desempenho das lavouras com uso de quantidade mínima de aplicações. Cattelan destaca também a rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes a doenças, que reduzem a aplicação de agrotóxicos. (Folha Rural / Folha de Londrina)

COCAMAR II: Escritor Laurentino Gomes visita a cooperativa

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O jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor dos consagrados livros "1808" e "1822", visitou a Cocamar no início da tarde desta terça-feira. Maringaense de nascimento, Gomes, que está na cidade para compromissos familiares, aceitou convite da integrante do Conselho de Administração da Cocamar, Olga Agulhon, para conhecer a cooperativa. Olga é também presidente da Academia de Letras de Maringá. No contato com a cooperativa, onde visitou o Acervo Histórico e a diretoria, Laurentino Gomes, que foi repórter do jornal O Estado de S. Paulo e da Revista Veja, disse que sua família tem raízes na agricultura, onde manteve propriedade em Água Boa, município de Paiçandu. (Imprensa Cocamar)

MILHO SAFRINHA: Cultivo anima produtores do grão de todo país

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A safrinha de milho está sendo cultivada em clima de grande otimismo em todo o país. O Globo Rural foi ver como está a situação de plantio no Paraná e em Mato Grosso, dois principais estados produtores do grão.

Na fazenda do agricultor Paulo Lauxen, em Sinop, no norte de Mato Grosso, a área de milho safrinha está menor. Ele diz que o plantio foi feito com mais de 20 dias de atraso, já que a colheita da soja se estendeu este ano por causa do clima. Em muitos talhões o milho está pequeno. "Estava com a semente, o adubo e os insumos todos comprados. Então, a gente plantou. Mas é área de risco. Precisamos ainda tem o mínimo de 40 dias de chuva para ser uma produção razoável", esclarece o agricultor. Mesmo com toda a correria, Paulo Lauxen explica que não conseguiu plantar os 1,8 mil hectares que havia planejado. "Ficaram 200 hectares sem plantar. A semente ficou guardada porque não adianta mais plantar. Nem para a palhada não daria".

 

Área menor - Segundo o IMEA, Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, a área cultivada no estado deve ficar em 10% a menos que na safrinha passada. Essa é a maior redução desde 1990, quando os agricultores começaram a investir no milho segunda safra em Mato Grosso. Apesar da redução na área os agricultores esperam um bom lucro na safrinha. O preço da saca de milho está bem melhor se comparado ao mesmo período do ano passado. Além disso, o custo para produzir diminuiu."No pacote de alta tecnologia houve uma redução em torno de 7%, puxada principalmente pela redução dos fertilizantes, que teve um decréscimo de 20%", avalia Otávio Celidônio, superintendente do IMEA.

 

Paraná - No Paraná, houve sol e chuva na hora certa. O tempo ajudou paras o milharal ficar bonito. Na lavoura de Paulo Orso, o milho safrinha está na fase de formação de espigas. Nesse ano, o produtor aumentou a área de plantio em 20% e está contente com o resultado. Os grãos são de qualidade e boa parte da produção foi vendida antecipadamente. Agora, é só esperar a colheita, prevista pra junho. "A maior parte da nossa região foi privilegiada pelas condições de verão. Até pela nossa colheita de soja, propiciou que a gente plantasse praticamente dentro do tempo recomendado, no final de janeiro e no começo de fevereiro. Então temos a grande maioria das lavouras da nossa região na fase de espigamento ou formação de grãos", detalha Orso.

 

Aumento - A área cultivada com milho safrinha no Paraná deve crescer cerca de 20% em relação à safrinha passada. Nessa safrinha os produtores estão mais otimistas. O bom preço de comercialização dos grãos estimulou o plantio. Os custos de produção no Paraná são: para uma produtividade média de 70 sacas por hectare o produtor deve faturar, aos preços de hoje, R$ 1.680,00 por hectare. Segundo o Deral, o custo de produção é de R$ 1.235,00. Sobram R$ 445 por hectare.

 

Momento bom - "É um momento muito bom para o campo. O milho está num bom preço hoje. A tendência do milho é que esse preço permaneça alto. Então, a segunda safra de milho no oeste do Paraná vai ser uma safra que terá bons preços. O mercado está demandando mais milho. Com isso, o preço está muito atrativo para o produtor rural", avalia Dilvo Grolli, presidente da Coopavel. (G1 / Globo.com)

FEIJÃO: Área da segunda safra reduz 7% no Paraná

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A extensão destinada ao plantio da segunda safra de feijão do Paraná em 2011 foi 7% menor que a do ano passado. São 178.357 hectares contra 191.137 de 2010, conforme novo relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os técnicos voltaram a campo e constataram que 70% das lavouras apresentam bom estado, enquanto 25% estão regulares e 5%, ruins. A redução na área acompanha queda de 10% no preço do feijão de cor ao produtor no último ano: a cotação passou de R$ 75 para R$ 67 por saca de 60 quilos. De acordo com o relatório do Deral, se o clima colaborar, a colheita da segunda safra deve render 318 mil toneladas (produtividade de 1.786 quilos por hectare), 8% a mais que o índice da mesma temporada em 2010. A segunda safra é a mais produtiva do ano, superando a primeira, que resultou em volume maior (532 mil toneladas), mas rendeu apenas 1.540 kg/ha. O estado é o maior produtor brasileiro de feijão e participa das três safras de feijão por ano. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

ALIMENTOS: Brasil sob pressão para ajudar países mais pobres

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O Brasil e outros emergentes estão sob pressão para aumentar em bilhões de dólares a ajuda para as nações mais pobres do planeta, e compensar o corte que países desenvolvidos estão fazendo nas suas doações aos mais vulneráveis. Uma aliança exótica envolvendo os países ricos e os mais pobres busca arrancar dos emergentes compromissos firmes de ajuda já na quarta conferência das Nações Unidas sobre os países menos desenvolvidos, dentro de duas semanas em Istambul (Turquia).

Estoque alimentar - No curto prazo, essa aliança quer que exportadores agrícolas, como o Brasil e Argentina, ajudar a manter o estoque alimentar de urgência para as nações mais pobres, seja com dinheiro ou produtos. No médio prazo, o objetivo é que os emergentes se juntem aos países ricos para "coordenarem as políticas de desenvolvimento", um modo de dizer que os dois lados devem dividir a conta da luta contra a pobreza, especialmente na África.

 

Recursos - A necessidade de recursos é enorme. Só para investimentos em infraestrutura na África subsaariana faltam mais de US$ 43 bilhões por ano. Para aumentar a produção agrícola em 70% e poder atender a demanda, a estimativa é de US$ 83 bilhões de investimentos.

 

Sinais - O ministro de Cooperação da França, Henri de Raincourt, disse em Genebra que ouviu nas reuniões do FMI e do Banco Mundial sinais perigosos de alguns países ricos se orientando para cortes da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA, na sigla em inglês). A Agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) confirma que, apesar de "sinais encorajadores" em 2010, a indicação agora é de "forte queda" da ajuda dos ricos para os pobres entre 2011-2013. Europeus e americanos alegam a necessidade de reduzir seu déficit orçamentário. O compromisso dos ricos é de dar 0,7% do seu PIB para ajuda aos países pobres, mas esse percentual não passou de 0,5%, uma diferença de vários bilhões de dólares.

 

Japão - Na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espécie de clube dos ricos, o Japão defende a ideia de contabilizar a cooperação Sul-Sul como ajuda global ao desenvolvimento e assim compensar a redução da contribuição dos desenvolvidos.

 

Reação - Emergentes como o Brasil reagem dizendo que a cooperação Sul-Sul segue padrões diferentes da ajuda dada pelo Norte rico ao Sul pobre e não pode ser "válvula de escape" para o recuo na ajuda europeia e americana. Em recente reunião em Nova York, o Departamento Econômico da ONU (Desa) insistiu que, para a conferência de Istambul, só faltava a "contribuição dos emergentes". Todos os lados concordam que os efeitos de menos ajuda aos 48 países mais pobres serão desastrosos. (Valor Econômico)