Notícias representação

 

 

AGRONEGÓCIO: Exportações paranaenses aumentam 20% no 1º trimestre

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio (Mdic), divulgados nesta terça-feira (18/04) mostram que no 1º trimestre de 2012, as exportações paranaenses assinalaram crescimento de 19% em comparação ao mesmo período de 2011. De janeiro a março deste ano, as exportações ficaram em US$ 3,83 bilhões. No mesmo período de 2011, as exportações fecharam em US$ 3,21 bilhões. Já as importações totalizaram US$ 4,63 bilhões, ou seja, uma evolução de 22% sobre igual período de 2011 (US$ 3,80 bilhões). Com isso, o saldo foi negativo na ordem de US$ 802 milhões, completando oito meses de déficit na balança comercial paranaense.

 

Exportações do agronegócio do Paraná - No primeiro trimestre de 2012, as exportações do agronegócio paranaense somaram US$ 2,66 bilhões, um aumento de 20% relativamente ao mesmo período de 2011 (US$ 2,22 bilhões), representam 69,5% das exportações totais do Paraná e no entorno de 13,7% das exportações do agronegócio brasileiro (US$ 19,41 bilhões). O saldo das exportações brasileiras do agronegócio no período analisado foi de US$ 15 bilhões.  É o que apontam os dados do agronegócio divulgados pela Secretaria de Relações Internacionais, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nas exportações do agronegócio paranaense, os principais agregados setoriais, em ordem decrescente foram: complexo soja, complexo carnes, produtos florestais, complexo sucroenergético.  Esses agregados participam com 80% das exportações do agronegócio estadual.  

 

Complexo soja e milho - O complexo soja (grão, farelo, óleo, margarina e lecitina), no acumulado de janeiro a março/12 ano registrou uma receita de US$ 1,07 bilhão e representa 40% das exportações do agronegócio, sustentando as exportações paranaenses.  Já as exportações de soja em grão totalizaram US$ 634 milhões e um volume exportado de 1,38 milhão de toneladas, resultado do binômio demanda aquecida e preços de exportação.  O aumento registrado na comercialização foi de 278%, saindo de 497 mil toneladas para as 1,38 milhão de toneladas.  No período, o preço médio de exportação da soja em grão foi de US$ 457,34 por tonelada. As exportações de farelo de soja resultaram em receita de US$ 295 milhões. As exportações de óleo (bruto e refinado) somaram US$ 148 milhões. As exportações de milho geraram receita de US$ 125 milhões e um volume embarcado de 484 mil toneladas.

 

Complexo carnes - O complexo carnes (aves, suína e bovina) ocupa o segundo lugar nas exportações do agronegócio estadual. A receita foi de US$ 569 milhões, alavancada pelas exportações de carne de frango. Esse agregado contribui com 21% das exportações totais do agronegócio. As exportações de carne de frango somaram US$ 462 milhões, participando com 81% na geração de divisas do complexo carnes.  O volume exportado foi de 262 mil toneladas. As exportações de carne suína totalizaram US$ 34 milhões e volume exportado de 15 mil toneladas.  Já as exportações de carne bovina apontam recuo na receita, passando de US$ 15,9 milhões para US$ 10,8 milhões.

 

Produtos Florestais – terceiro agregado em ordem de valor, o representa 11% do total do agronegócio, bteve receita de US$ 294 milhões, embora registre uma ligeira queda em relação ao mesmo período de 2011 (US$ 295 milhões). 

 

Sucroenergético – quarto agregado em ordem de importância, as exportações do complexo sucroenergético somaram US$ 207 milhões. As exportações de açúcar respondem por 98% do total do setor e somaram US$ 204 milhões. As exportações de álcool totalizaram US$ 3,1 milhões.

 

Café - as exportações do complexo café (café verde, torrado, solúvel, extratos e essências) atingiram US$ 118 milhões, com queda em relação ao mesmo período de 2011, quando totalizaram US$ 119 milhões.

 

Mercados compradores - houve crescimento nas exportações para a Taiwan (828%); Coréia do Sul (295%); China (206%); Índia (170%); Cingapura (142%%); Hong Kong (49%); Emirados Árabes (45%). Já as exportações para a Rússia declinaram 67%, por conta dos embargos impostos. O fluxo de exportação também foi maior para a Ásia, de 109% Para a União Europeia houve recuo de 12%.  Quanto ao Oriente Médio observou-se estabilidade no fluxo de exportação. (Gilda M. Bozza, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná)

COMÉRCIO EXTERIOR: Embaixador brasileiro na Argentina discute cotas para carne suína

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, encontra-se nesta quinta-feira (19/04), em Buenos Aires, com o ministro da Agricultura argentino, Norberto Yauhar, para esclarecer os detalhes do acordo que permitirá a exportação de uma cota de 3 mil toneladas mensais de carne suína brasileira para o país vizinho, afirmou ao Valor o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto.

 

Declaração juramentada - Desde fevereiro, quando a Argentina criou uma declaração juramentada a ser apresentada pelos importadores, as exportações brasileiras de carne suína despencaram de uma média mensal de 3,5 mil toneladas para cerca de 500 toneladas. Até então, a Argentina era o quarto principal destino das exportações de carne suína do Brasil.

 

Não prosperou- Anunciado em março pelos ministros da Agricultura da Argentina e do Brasil, o acordo não prosperou por conta da resistência do secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, principal responsável pela medida, frustrando os exportadores brasileiros.

 

Presença confirmada - Peça-chave para viabilizar o acordo, a presença de Moreno no encontro foi confirmada à embaixada brasileira pelo assessor do ministro da Agricultura da Argentina, Gustavo Alvarez. O Valor apurou que o governo brasileiro considera difícil a participação do secretário na reunião, especialmente num momento político turbulento no país. Caso se confirme, a presença de Moreno e a efetivação do acordo pode ser considera "histórica", disse uma fonte.

 

Em vigor - Apesar das dificuldades, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse nesta quarta-feira (18/04), em Brasília, que o acordo poderia entrar em vigor nesta quinta-feira. A informação, segundo Mendes, foi fornecida por seu colega argentino, o ministro Norberto Yauhar, na terça-feira, durante reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) na Bolívia. A promessa do ministro argentino, porém, é vista com ceticismo tanto pelo governo quanto entre os exportadores brasileiros. "Só acredito em vigência do acordo se houver comércio. Não adianta prometer data", disse uma fonte. (Valor Econômico)

INFRAESTRUTURA: Governo contrata dragagem do canal de acesso aos portos paranaenses

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O governador Beto Richa homologou a licitação aberta pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para as obras de dragagem dos pontos críticos do Canal da Galheta, que dá acesso aos dois terminais portuários. Nesta quarta-feira (18/04) foi assinado o contrato com a empresa DTA Engenharia, que venceu a licitação. A empresa tem até 45 dias para mobilizar o equipamento e dar início aos trabalhos, que tem duração prevista de seis meses.

 

Novos investimentos - Richa disse que as obras de dragagem abrem um ciclo de novos investimentos na melhoria do porto e devem ampliar a capacidade de movimentação de cargas, que no ano passado chegou a um recorde de 41 milhões de toneladas. “A dragagem vai garantir maior capacidade de exportar riquezas e importar produtos. Em breve vamos anunciar novos investimentos para modernização dos equipamentos do porto de Paranaguá, como esteiras, ship loader e obras de ampliação”, disse Richa. “Todos os paranaenses ganham com isso”, afirmou.

 

Preço inicial - O preço inicial máximo previsto para o serviço de dragagem era de R$ 45 milhões. Seis empresas apresentaram propostas e o preço final estabelecido pela vencedora teve uma redução de 20%, ficando em R$ 37 milhões. As obras estão divididas em dois lotes e compreendem a dragagem do Canal da Galheta, partes da bacia de evolução e o acesso ao Porto de Antonina, num total de 3,5 milhões de metros cúbicos a serem dragados.

 

Segurança - O superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, explica que as obras irão garantir a segurança da navegação. “A dragagem vai reduzir o tempo de manobras e consequentemente aumentar as janelas de atracação. Por desdobramento, haverá aumento no volume de cargas”, afirmou Dividino.

 

Assoreamento dos canais - As obras de dragagem devem ser realizadas constantemente, para conter o assoreamento diário dos canais, provocado pela ação dos elementos naturais na região, onde a movimentação das águas é intensa e promove mudanças no fundo da baía. São duas marés por dia, mais de 730 marés por ano.

 

Fenômenos - “Temos os efeitos das marés de lua (Sizígias), estamos na Zona de Convergência do Atlântico Sul, temos chuvas durante mais de 180 dias por ano e convivemos com os efeitos da La Niña e El Niño. Todos estes fenômenos intensificam o assoreamento na nossa região”, explica Dividino. Segundo ele, a determinação do governador Beto Richa é buscar soluções de continuidade capazes de assegurar as condições técnicas necessárias à segurança, navegação e desenvolvimento dos portos do Paraná.

 

Fases - A dragagem é a primeira de três fases do programa de manutenção dos canais de navegação dos Portos do Paraná. A segunda fase será a contratação de serviços de manutenção continuada por 60 meses, evitando assim riscos e restrições à navegação. “Esperamos também a liberação da licença para a terceira fase, que é a dragagem de aprofundamento dos canais, de 15 para 16 metros de profundidade. A partir dela poderemos receber navios de maior porte”, diz o superintendente.

 

Passo fundamental - Para o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, a dragagem é um passo fundamental para a execução dos projetos de ampliação e modernização dos portos paranaenses. “Não existe porto no mundo que funcione sem dragagem. Perdemos muito tempo sem fazer isso”, afirmou Richa Filho. “O objetivo é suprir todas as necessidades dos usuários dos portos paranaenses, oferecendo plenas condições para o bom uso da infraestrutura portuária.”

 

Importante - O engenheiro Irani Delciste Gonçalves, diretor da DTA Engenharia, empresa que será responsável pela dragagem, disse que a obra é importante para o país e para o estado do Paraná, porque vai deixar o porto com calado apropriado. “Estamos trazendo equipamentos ultramodernos, de grande capacidade de transporte, e vamos cumprir o cronograma de obras, se possível até com antecipação”, afirmou Gonçalves. De acordo com o executivo, a DTA é também a responsável pela maior obra do plano nacional de dragagem, que acontece no porto de Santos, onde o cronograma está bastante adiantado. (AEN)

FAZENDA: Desempenho das receitas barra novas desonerações

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A não ser que haja alguma surpresa positiva na arrecadação tributária, as medidas de desoneração da folha de salários das empresas para este ano se limitarão ao pacote anunciado no mês passado, contemplando 15 setores da indústria, a área de tecnologia da informação, call center e hotéis. Novas demandas pelo incentivo fiscal embutido na troca da contribuição de 20% sobre a folha por uma alíquota de 1% a 2,5% sobre o faturamento dificilmente serão atendidas agora - como as do setor aéreo e da construção civil.

 

Foco - O foco do Ministério da Fazenda, na escolha das áreas a beneficiar com menos impostos, é a indústria, que está sob forte competição externa. O segmento de tecnologia da informação foi incluído porque o Brasil pretende se candidatar a ser um exportador desses serviços, sobretudo para a América Latina, e, se possível, também para os países desenvolvidos.

 

Construção civil - A indústria da construção civil tentou, mas não foi beneficiada pela desoneração, embora seja uma grande empregadora e as incorporadoras estejam amargando estouros de orçamento e redução das margens de lucro. "Só que nessa área já temos os programas Minha Casa Minha Vida, o PAC, um regime tributário especial para habitação popular. E esse não é um setor afetado pela concorrência internacional", disse o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, ao Valor.

 

Limitado - Na avaliação do governo, o espaço fiscal para novas concessões de benefícios tributários é limitado. O pacote de março traz renúncia fiscal líquida de R$ 1,79 bilhão neste ano e as expectativas de aumento das receitas ainda são frágeis.

 

Empresas aéreas - O caso das empresas aéreas deverá ser analisado pela área econômica, mas não há disponibilidade de arrecadação para atender à demanda no momento. O problema é que o querosene de aviação representa cerca de 30% dos custos das empresas e é o único combustível que acompanha a variação dos preços internacionais do petróleo. As empresas reivindicam tanto a desoneração da folha quanto redução do ICMS sobre o combustível, mas vários Estados já concedem incentivos do ICMS, exceto São Paulo. Essa, portanto, é uma discussão mais complexa e os prejuízos apurados pelas companhias estão relacionados à alta do petróleo, à guerra tarifária e ao aumento dos salários. (Valor Econômico)

GUERRA DOS PORTOS: Votação da Resolução 72 fica para 3ª feira, diz Braga

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou nesta quarta-feira (18/04) que o projeto que acaba com a guerra dos portos - a resolução 72 - não será apreciado nesta tarde pelo plenário da Casa, conforme previsto. Segundo ele, como não há consenso para votar o projeto, a matéria será apreciada somente na terça-feira da semana que vem (24/04). Há também uma questão regimental a ser considerada nesse caso. Para uma matéria seguir diretamente para votação em plenário, após ser aprovada em uma comissão, é preciso que não haja qualquer recurso ou objeção dos senadores. Formalmente não há objeção, mas é dado como certo que senadores de Estados prejudicados pela mudança impediriam a apreciação da matéria. (Agência Estado)

CRÉDITO: Selic cai a 9% e Brasil já não tem a maior taxa real do mundo

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Comitê de Política Mo­netária do Banco Central (Copom) anunciou ontem a redução de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, que foi unânime, a taxa caiu para 9% ao ano. Este é a menor taxa de juros registrada em dois anos, desde abril de 2010, quando estava em 9,5%.

 

Ranking - Com a decisão, o Brasil perdeu o título de campeão de juros reais (taxa que desconta a inflação) do mundo, posição que ocupava desde janeiro de 2010. Agora, a Rússia está na primeira posição do ranking com juros reais de 4,2%, enquanto a taxa no Brasil é de 3,4%. Os dados são de um ranking elaborado pela corretora Cruzeiro do Sul, com 40 das maiores economias do planeta.

 

Indicações - A redução nos juros, a sexta consecutiva, segue as indicações dadas pelo próprio Copom em suas duas últimas atas, quando a autoridade monetária afirmou que a taxa apontava para uma “elevada probabilidade” de se deslocar e se estabilizar no patamar “ligeiramente acima dos mínimos históricos” – registrados em 2009, quando a Selic chegou a 8,75%.

 

Inflação - Como os cenários econômicos já apontavam para mais uma queda na taxa, o mercado tenta descobrir agora qual a sinalização para o futuro: se os juros continuam caindo, se serão mantidos neste patamar ou se devem iniciar um movimento de alta – o que é possível se inflação voltar a subir, apoiada nas medidas de estímulo ao consumo anunciadas pelo governo após o desaquecimento da economia. A inflação caiu cerca de 2 pontos porcentuais de setembro a março, quando passou de 7,3% para 5,2% em 12 meses. (Folhapress)

MACROECONOMIA: Valorização do real não é culpa da guerra cambial, diz Paul Krugman

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A valorização do real em relação ao dólar é resultado da percepção dos investidores globais de que há oportunidades de investimento mais atrativas aqui do que no restante do mundo, e não culpa da guerra cambial, segundo Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia em 2008. “Gritar com os banqueiros centrais nos países desenvolvidos não vai resolver, eles têm mais coisas com o que se preocupar”, afirmou Krugman, enfatizando a pressão doméstica que o presidente do Fed, Ben Bernanke, enfrenta hoje para estimular a economia dos EUA.

 

Onda de otimismo - Para Krugman, o crescimento do Brasil não é exuberante e o país está envolvido em uma onda de otimismo que não deveria ser atribuída ao desempenho econômico, mas ao fraco avanço no restante do mundo, afirmou o economista, que nesta quarta-feira participou do  “Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios”, promovido pelo Serviço de Apoio Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com apoio do Valor.

 

Fluxo de capitais - Embora tenha considerado o real sobrevalorizado, Krugman estima que o Brasil continuará a ser destino de fluxos de capitais no longo prazo, “o que é desconfortável para um país que está mostrando crescente habilidade da indústria manufatureira. O real forte era a última coisa que o Brasil precisava”, afirmou.

 

Commodities - Além da política monetária dos países desenvolvidos, Krugman atribuiu a valorização do real em relação ao dólar ao comportamento dos preços das commodities, que continuarão em tendência de alta por causa da demanda dos países emergentes, principalmente da Ásia.

 

Corte de juros - O economista, porém, diz que a valorização do real é um problema que pode ser, em parte, enfrentado pela imposição de impostos e limites que desencorajem a vinda desses capitais para o país. “Se não há ameaças à inflação é possível ainda cortar a taxa básica e juros”, afirmou.

 

Problema antigo - Para ele, no entanto, não há uma fórmula simples para enfrentar o problema de baixo crescimento da indústria, acentuado pela valorização cambial. “No longo prazo, o real apreciado e déficit em conta corrente é uma situação que não pode se estender no longo prazo. É um problema antigo e o governo faz o que pode”, afirmou.

 

Empregos - Em relação à afirmação de Delfim Netto, que também participou do seminário, de que o país precisará de 150 milhões de empregos de boa qualidade para atender à população em idade economicamente ativa em 2020, Krugman enfatizou que, no longo prazo, a tendência é de que a indústria gere cada vez menos empregos, com a automatização crescente dos processos.

 

EUA: a coisa melhorou - Sobre a situação nos Estados Unidos, a avaliação de Krugman é de ela é terrível, mas não desesperadora. De acordo com suas estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB) americano está hoje US$ 1 trilhão abaixo do potencial. “Mas a situação não é desesperadora e está melhorando. O mercado de trabalho está dando sinais de melhora, o mercado imobiliário também, em parte porque não construímos praticamente nenhuma casa nos últimos seis anos”, afirmou.

 

Fed - Krugman também voltou a afirmar que a política monetária do Banco Central americano, o Fed, deveria ser muito mais expansionista do que é hoje, apesar das críticas de economistas mais conservadores, que afirmam que a injeção de liquidez no sistema financeiro ameaça a inflação.

 

Taxa negativa - Segundo ele, para alcançar a meta de inflação, de cerca de 2% nos Estados Unidos, e diminuir o desemprego, hoje pouco acima de 8%, seria necessário que a taxa básica de juros do país fosse negativa em 4,5%. “No entanto, o Fed esbarrou em um problema que pode ser resumido a uma palavra: zero. Não é possível tornar a taxa básica negativa”, afirmou.

 

Mundo afastou risco sistêmico - A análise do economista é de que o mundo não corre mais o risco de pânico sistêmico no setor financeiro, mas a saúde das economias desenvolvidas não foi restaurada. Para ele, parte do pânico observado após a quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008, foi dissipada por causa do suporte mais forte dado pelos governos ao sistema financeiro, uma certeza que até então não existia.

 

Cenário desastroso - Apesar disso, observou Krugman, o cenário ainda é desastroso. “A economia real, medida em termos de crescimento do Produto Interno Bruto, está voltando somente agora aos níveis de 2008, o que não é suficiente se levarmos em conta o crescimento demográfico no período”.

 

Ponta-cabeça - Krugman comentou ainda que hoje o mundo está de “ponta-cabeça”, em relação ao que era o cenário em sua primeira visita ao Brasil, em 1991. “Naquele momento, acabávamos de deixar a década perdida na América Latina, tínhamos hiperinflação aqui no Brasil, um mundo muito diferente do que vivemos hoje. Hoje o Brasil não está em crise, mas o meu país (Estados Unidos) está. O mundo virou de ponta-cabeça em muitos aspectos”, afirmou. (Valor Econômico)

CONCURSO: Vem aí a 4ª edição do Prêmio Unimed de Jornalismo

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

RAMO SAÚDE I: Conai terá participação especial do deputado e ex-jogador Romário

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Conai – Comitê Nacional de Integração está confirmado para os dias 17 e 18 de maio, em Foz do Iguaçu (PR). Os dois dias do evento serão muito produtivos, com discussões sobre temas importantes para o Sistema Unimed, como modelo assistencial, prontuário eletrônico, parceria público privada, regulação, remuneração médica e outros.

 

Palestrantes - Estão sendo convidados palestrantes externos renomados, além dos especialistas da Unimed do Brasil e representantes de Singulares e Federações. Participação especial do deputado federal Romário no painel Superação, que contará também com a presença do presidente do Instituto Superar, Marcos Malafaia e dos paratletas Lucas Prado e Caio Amorim.

 

Painel - Para o dia 18 já está programado o painel com abordagem dos seguintes temas: “Programa de Conformidade Regulatório – RN 278, Margem de Solvência, Lastro, Ativos Garantidores e Padrão Contábil”, com Leandro Fonseca (Diretor Adjunto de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS); “Plano de recuperação / Direção Fiscal”, com Adriano Soares Leite (Assessor da Presidência da Unimed do Brasil); e “Pequenas e Médias Operadoras”, com Valdmário Rodrigues Junior (Diretor de Integração Cooperativista e Mercado da Unimed do Brasil). Na próxima semana será divulgada a programação do evento. (Unimed Brasil)

RAMO SAÚDE II: Unimed Campo Mourão promove curso de preparação para gestantes

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A Unimed Campo Mourão realizará entre os dias 7 e 9 de maio um curso para gestantes. Durante os encontros, diversos profissionais de áreas como Anestesia, Pediatria, Ginecologia, Psicologia, Enfermaria e Nutrição auxiliarão as futuras mães. Preparação para o parto, autoestima, sexualidade, primeiros cuidados com o bebê e dietas da gravidez são alguns dos temas que serão abordados durante os encontros.

 

Local - O curso será realizado na seda da Unimed de Campo Mourão, das 19h às 21h. Para os beneficiários da operadora não há custo algum, já para aqueles que não possuem plano de saúde Unimed o investimento é de R$30. Todos os participantes receberão uma apostila com o resumo dos assuntos tratados. É importante acrescentar que os maridos e futuros pais podem acompanhar as gestantes e participar das atividades sem nenhum custo adicional. (Unimed Campo Mourão)

OCB: Comissão eleitoral se reúne em Brasília

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Estamos vivendo um momento histórico para o cooperativismo mundial, a comemoração do Ano Internacional das Cooperativas. No Brasil, o setor deu certo e tem evoluído muito nos últimos anos. A adoção de um modelo de governança mais moderno e eficiente é um movimento natural que vai assegurar um aperfeiçoamento do cooperativismo. A avaliação é do assessor da presidência da Ocepar, Guntolf van Kaick, que compõem a comissão eleitoral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Ele participou de uma reunião nesta quarta-feira (17/04), na sede da instituição, em Brasília (DF).

 

Outros integrantes - Também fazem parte da comissão os superintendentes da OCB, Renato Nobile e da Ocemg, William da Cruz. As discussões tiveram o apoio dos assessores estratégico, Mauricio Landi e Jurídico, Adriano Alves. No encontro de hoje, foram tratados assuntos referentes à Assembleia Geral da OCB, que ocorre na próxima quinta-feira (26/4). No mês passado, por maioria absoluta de votos, a Assembleia Geral Extraordinária da OCB aprovou o texto proposto pelo Conselho Diretor para o novo estatuto social da entidade. A principal mudança no normativo se refere à estrutura de governança da OCB, espelhada pelo planejamento estratégico da instituição para o período 2009-2013 e alinhada às diretrizes oriundas do XIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo (XIII CBC).

 

Marco - “Esta assembleia será um marco para o cooperativismo do país, pois teremos uma eleição utilizando os novos modelos de governança. O crescimento mais forte virá com o tempo, a partir de um amadurecimento natural, que será somado ao investimento no profissionalismo da gestão e no aprimoramento dos mecanismos de governança”, avalia Nobile.

 

Resultados - A evolução no cooperativismo, citada por van Kaick, também foi destacada pelo superintendente da Ocemg, William da Cruz. Para ele, a mudança de governança do sistema já vem apresentando resultados como mostram os números. No Brasil, as cooperativas reúnem mais de  9 milhões de cooperados e geram cerca de 290 mil empregos diretos. Juntas, elas têm uma movimentação econômico-financeira próxima de R$ 100 bilhões. Além disso, respondem um montante de aproximadamente US$ 6 bilhões em exportações, sendo 98% dos itens oriundos do meio rural.  (Informe OCB)

SESCOOP: Conselho Nacional aprova parceria com Embrapa

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Conselho Nacional do Sescoop aprovou, nesta terça-feira (17/04), um Protocolo de Intenções que prevê o desenvolvimento de pesquisa para o setor cooperativista, formação e capacitação de pessoas, além de ações voltadas a sustentabilidade. A formalização da parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), será no dia 25.

 

Temas - Entre outros assuntos tratados na 71ª reunião ordinária do colegiado, que ocorreu na sede da instituição, em Brasília (DF), foram aprovados, também, cinco projetos a serem executados com recursos do Fundo Solidário de Desenvolvimento Cooperativo (Fundecoop).

 

Planejamento estratégico - De acordo com a assessora em Gestão Estratégica, Karla Tadeu Oliveira, as propostas estão alinhadas com três dos objetivos traçados no planejamento estratégico da instituição para o período 2011-2013. “São projetos voltados a disseminação da cultura da cooperação, adoção de boas práticas de governança e ampliação do acesso à formação em gestão cooperativista, por meio dos quais poderemos visualizar resultados ainda em 2012”, explicou Karla. Também foram apresentadas as metas sistêmicas no Sescoop, para este ano, tendo como referência o planejamento estratégico. (Informe OCB)

CÓDIGO FLORESTAL: Parecer do relator será apresentado na próxima segunda-feira (23/04)

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Por falta de consenso, o parecer do novo Código Florestal só será oficialmente apresentado na próxima segunda-feira (24/04), um dia antes da votação, informou nessa terça a assessoria do relator da proposta, deputado Paulo Piau (PMDB-MG). Quando anunciou acordo que definiu a data de votação do código para dia 24 deste mês, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), determinou que o relator apresentasse o parecer na última terça-feira (17/04), por considerar que a divulgação do texto com antecedência facilitaria a discussão do polêmico projeto. Mas por falta de acordo em três pontos, Piau pediu, apoiado pela bancada ruralista, mais tempo para negociar o texto final.

Votação mantida - Maia garantiu que a votação está mantida para o dia 24 deste mês.

Consenso - De acordo com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), o pedido de mais tempo partiu do próprio relator, na tentativa de produzir um texto de "consenso".

Ruralistas - A bancada ruralista endossou a sugestão de Piau, apesar de ter pressionado, semanas antes, pela definição de uma data para votação do código, enquanto o governo trabalhava pelo adiamento da discussão para depois da conferência da Organização das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável Rio+20, que ocorrerá no Brasil em junho. 

Prazo maior - "Eu acho que vale a pena esperar mais dois ou três dias", disse Mendes, lembrando que o prazo maior para apresentação do texto final não interfere na data de votação do código. "Esse assunto já foi amplamente discutido e o dia da votação está mantidíssimo." O código já está em discussão há mais de uma década e tem sido foco de divergências, principalmente nos trechos em que trata da regularização de áreas de preservação ocupadas antes de 2008. 

APP - De acordo com o presidente da frente, o principal ponto de tensão para fechar o texto do parecer continua sendo a questão das Áreas de Preservação Permanente (APP) - regiões de proteção ao longo de rios, em encostas e topos de morro. Ruralistas advogam por regras mais flexíveis para APPs, sob o argumento de que as exigências podem inviabilizar a produção em certas propriedades. Ambientalistas, por sua vez, encaram a flexibilização de regras como um retrocesso nas leis de proteção. (Reuters)

PIS/COFINS: Câmara aprova medida para trigo

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O plenário da Câmara aprovou a medida provisória (MP) nº 552 para prorrogar a desoneração de PIS/Cofins incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda de trigo e farinha de trigo no mercado interno até 31 de dezembro. Além disso, o texto zera a alíquota desses tributos para as misturas usadas na fabricação de pão comum até o fim do ano. O projeto do Executivo também desonera as massas alimentícias até 30 de junho.

Veto - No plenário, os deputados suprimiram o ponto da MP que vedava à agroindústria o aproveitamento de crédito presumido quando isso fosse empregado em produtos que não sofram a cobrança do PIS/Cofins. Essa foi uma reivindicação da bancada ruralista e o tema deve voltar a ser discutido em outra MP. Outra alteração é a inclusão do queijo do tipo reino no rol de produtos com alíquota zero desses impostos. 

Minha Casa, Minha Vida - Além disso, a MP nº 552 eleva, de R$ 75 mil para R$ 85 mil, o valor dos imóveis enquadradas no Regime Especial de Tributação e incluídos no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Essa é uma forma de o governo estimular as empresas incorporadoras a investir no programa. O Ministério da Fazenda informa que o aumento desse valor significaria uma renúncia fiscal de R$ 58,71 milhões em 2012. (Valor Econômico)

CONESUL: Rio +20 e cooperativismo são temas de reunião do CAS

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O atual presidente do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), o ministro brasileiro da agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e a secretária técnico-administrativa do CAS, Alejandra Sarquis, abriram o último dia da 22ª. reunião ordinária do Conselho. Temas como a participação dos países integrantes do CAS no G20 e as negociações comerciais junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) foram debatidos pelos ministros.

Novas parcerias - O presidente do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Victor Villalobos, destacou o estabelecimento de novas parcerias do Instituto com países como Uruguai. O diálogo com o setor privado e a participação da agricultura familiar para as economias do bloco também pautou os debates. 

Desenvolvimento sustentável - A exposição sobre a Rio +20 e o Ano Internacional do Cooperativismo ficou sob responsabilidade dos integrantes do CAS. O representante da Secretaria de Desenvolvimento e Cooperativismo (SDC), Kleber Santos, explicou que o principal objetivo do evento é renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável. Santos esclareceu aos presentes que os dois focos principais da Rio +20 são economia verde e governança internacional para o desenvolvimento sustentável. “Não será apenas meio ambiente a ser discutido nos três dias de evento. Pretendemos debater também os aspectos sociais e econômicos da economia verde”, destacou. Mendes Ribeiro Filho lembrou da importância da agricultura como atividade básica para a erradicação da pobreza. O ministro brasileiro propôs que o CAS tenha participação junto ao comitê de organização do evento. 

Resolução - Outro tema que ganhou espaço na reunião do CAS foi o Ano Internacional das Cooperativas. O presidente sugeriu e foi aprovada a resolução oficial comprometendo os países integrantes a “concentrar esforços para a implementação de políticas públicas para o fortalecimento das cooperativas e dos sistemas cooperativistas como instrumento concreto de desenvolvimento sustentável e para o aumento da produção”.

Quinua - Outra determinação do encontro aprovada foi o pedido da ministra da agricultura da Bolívia, Nemesia Achacollo, para instituir 2013 como o Ano Internacional da Quinua, cereal de grande importância econômica e social para aquele país.

Transmissão de cargo - O último ato das atividades da manhã foi a transmissão do cargo pelo atual presidente do CAS, ministro Mendes Ribeiro Filho, ao ministro da Agricultura argentino, Norberto Yauhar. A próxima reunião ficou determinada para a segunda quinzena de agosto, no Chile.

Parlamentares - Também acompanharam a comitiva brasileira o senador Sérgio Souza e os deputados federais Alceu Moreira e Raimundo Gomes de Mattos. (Mapa)

COMÉRCIO EXTERIOR I: Negociação com Argentina sobre suínos terá novo capítulo, diz Abipecs

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O acordo entre os ministros da Agricultura da Argentina e do Brasil para permitir a importação de uma cota de 3 mil toneladas mensais de carne suína brasileira terá mais um capítulo nesta terça-feira, afirmou Pedro de Camargo Neto,  presidente da Abipecs, entidade que representa os produtores e exportadores do setor, durante o “Seminário Travas no Comércio Bilateral - Brasil e Argentina”, realizado pela Câmara de Comércio Argentino Brasileira, em São Paulo.

Reunião - “O Ministério da Agricultura me informou que haverá uma reunião hoje entre o Guillermo Moreno [secretário de Comércio Exterior da Argentina] e importadores para acertar as cotas”, disse Camargo Neto, bastante cético quanto à efetivação do acordo anunciado há quase um mês pelo ministro da Agricultura brasileiro, Mendes Ribeiro e seu colega argentino, Norberto Yauhar. 

Resistência - Acertado em março, o acordo enfrentou resistência do próprio Moreno, responsável pela barreira. Conforme informou o Valor, o secretário argentino disse aos importadores que só seriam permitidas compras de carne suína para a produção de embutidos de baixo custo, ameaçando inclusive jogar “todo o peso do governo” caso os importadores não cumprissem a determinação. 

Declaração juramentada - Desde fevereiro, quando a Argentina criou uma declaração juramentada a ser apresentada pelos importadores, as exportações brasileiras de carne suína estão praticamente suspensas.  Com isso, os embarques despencaram de uma média mensal de 3,5 mil toneladas para cerca de 500 toneladas, segundo Camargo Neto, da Abipecs. 

Principais problemas - Apesar das restrições argentinas, Camargo Neto disse que o embargo russo, que se arrasta há 9 meses, e a escassez de milho permanecem como os principais problemas do setor, principalmente no Rio Grande do Sul, segundo maior produtor de suínos do país. 

Crescimento - “O mercado de suíno no Rio Grande do Sul cresceu em função da Rússia”, disse ele. Os russos eram os maiores compradores de carne suína até o embargo. No primeiro trimestre deste ano, as exportações gaúchas de carne suína caíram 13,2%, para 33 mil toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Abipecs. 

Maior exportador - “Até então, éramos o maior exportador de carne suína do país, posição que devemos perder por conta desse conjunto de condições desfavoráveis”, afirmou o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul, Rogério Kerber.

Milho - No caso escassez do milho, resultado da seca que atingiu as lavouras do Estado, Camargo Neto pediu medidas imediatas do governo. “Precisamos de leilões de milho urgentemente”, afirmou ele, criticando os recentes leilões anunciados pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), que só permitiam a compra de milho por médios produtores e agricultores do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). “Historicamente, o milho é fornecido pela empresa integradora, que não pode comprar o milho nesses leilões”, criticou.

Leilões - “Os leilões para produtores já autorizados foram inócuos”, acrescentou Kerber. Segundo ele, o suinocultor não tem condição de adquirir milho de outro Estado, “porque a operação é tributada com ICMS e o produtor não pode utilizar esse imposto como crédito a ser compensado em outra etapa”, explicou. O dirigente estima ainda que a quebra de safra gaúcha de milho, que aumentou em cerca de 10% os custos da produção de suínos no Estado, tenha gerado uma necessidade de trazer cerca de 2,5 milhões de toneladas de milho de outros Estados do país. (Valor Econômico)

COMÉRCIO EXTERIOR II: Soja infla exportações, mas não evita o 8.º déficit seguido da balança do PR

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Os embarques de soja voltaram a subir com força e ajudaram o Paraná a renovar seus recordes de exportação, mas não evitaram que o estado completasse oito meses seguidos de déficit em sua balança comercial – algo que não ocorria há mais de uma década. No mês passado, as exportações de produtos para­naenses somaram cerca de US$ 1,45 bilhão, valor 9% maior que o de igual perío­do de 2011 e o mais alto já registrado em meses de março. Também recordes, as compras de importados aumentaram 19%, para US$ 1,61 bilhão.

Déficit comercial - O resultado foi um déficit comercial de pouco mais de US$ 150 milhões em março, o oitavo seguido. A última vez em que o estado ficou tanto tempo “no vermelho” em suas operações de comércio exterior foi entre agosto de 2000 e abril de 2001, quando houve nove déficits seguidos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento (MDIC).

Escoamento - Se não fosse pelo bom desempenho das exportações de soja, o “buraco” nas contas seria ainda mais fundo. Aproveitando os bons preços do mercado internacional, os produtores paranaenses estão escoando a safra mais cedo neste ano, o que inflou os números dos embarques do Paraná primeiros meses de 2012. Exemplo disso é que as vendas de soja em março, que geraram receitas de US$ 301 milhões para o estado, foram 51% superiores à do mesmo mês do ano passado. No trimestre, os embarques do grão somaram US$ 635 milhões, quase o triplo do faturamento dos três primeiros meses de 2011.

Modesto - Sem a soja, o avanço das exportações totais do estado teria sido bem mais modesto, de 2% em março e de 7% no acumulado do primeiro trimestre. O problema é que, assim como deu um gás extra para os embarques do estado no início do ano, a antecipação das vendas de soja deve cobrar seu preço nos próximos meses: a tendência é que a comercialização do grão perca força, até porque a safra deste ano, prejudicada pela falta de chuvas, foi menor que a anterior. 

Destaques - O complexo carnes foi o segundo grupo mais exportado pelo Paraná entre janeiro e março. Suas vendas somaram US$ 191 milhões no mês passado e US$ 515 milhões no primeiro trimestre, em ambos os casos com expansão de 7% sobre iguais períodos de 2011. As exportações da indústria automobilística, por sua vez, ficaram estáveis no mês passado – US$ 143 milhões, apenas 1% acima do resultado de um ano antes –, mas no trimestre deram um salto de 31%, para US$ 449 milhões.

Importações - Pelo lado das importações, destacaram-se as compras de veículos e peças, que cresceram 34% no mês e 41% no trimestre; petróleo e derivados (45% e 32%, respectivamente); e fertilizantes (77% 61%). No entanto, o grupo de máquinas e equipamentos mecânicos, um dos mais relevantes na pauta de importações do estado, registrou recuos de 6% no mês e 3% no trimestre, movimento muito influenciado pela queda nas compras de motores diesel – provável consequência do desaquecimento esperado para o mercado de caminhões neste ano. 

Câmbio e “custo Brasil” fazem indústria perder espaço - De janeiro a março, o Paraná exportou pouco mais de US$ 1,62 bilhão em manufaturados (produtos industrializados de valor agregado mais alto), valor correspondente a 42,3% de todas as vendas ao exterior. Essa fatia é a mais baixa para um primeiro trimestre desde 1999, quando teve início a série histórica do MDIC.

Liderança - Há seis anos, os manufaturados dominavam quase 60% das exportações do estado, mas desde então cedem espaço a produtos básicos (como a soja) e semimanufaturados (como a carne de frango). “Quando mais sofisticada a indústria, mais sensível ela é ao movimento do câmbio”, diz Julio Suzuki, diretor de pesquisas do Ipardes. 

Consequência - Para Rommel Barion, vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), esse “encolhimento” dos manufaturados, notado em todo o Brasil, é consequência dos altos custos de produção no país. Ele cita uma série de deficiências que eram menos evidentes nos tempos de dólar valorizado: “Temos problemas de carga tributária, uma legislação trabalhista anacrônica, encargos trabalhistas muito altos, deficiências de infraestrutura que encarecem o transporte”, diz. “As medidas do governo foram um primeiro passo, mas são insuficientes. Precisamos de reformas estruturais.”

Parte das importações abastece outros estados - Nem todo produto importado pelo Paraná é consumido no estado. A Renault, por exemplo, traz da Argentina carros que serão vendidos em todo o país, mas que são contabilizados como “importações paranaenses” pelo fato de a empresa ter sede no estado. Essa questão metodológica acaba por distorcer os resultados da balança comercial do estado, explica Julio Suzuki, diretor de pesquisas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Contexto econômico - Apesar disso, ele reconhece que boa parte do déficit exibido pelo estado é consequência de um contexto econômico que favorece as importações ao mesmo tempo em que dificulta as vendas para clientes estrangeiros. Prova disso é que, entre 2001 e 2008, a balança comercial do Paraná ficou 81 meses seguidos “no azul”, ainda que, como hoje, parte das importações acabasse por abastecer mercados de outros estados.

Commodities e agroindústria - “Se não fossem pelas exportações de commodities e da agroindústria, a própria balança brasileira estaria bem mais apertada hoje”, diz Suzuki. Ele lembra que, além de soja e carne de frango – produtos do agronegócio muito relevantes nas vendas Paraná –, o Brasil também exporta muito petróleo e minério de ferro, commodities que têm ajudado a manter positivo o saldo nacional. (Gazeta do Povo)