Notícias representação

 

 

MERCADO I: Alta do dólar e da soja estimula venda da safra

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A alta do dólar e da soja nos últimos quinze dias animou os produtores rurais de todo o país a evoluir com a comercialização da safra 2011/12. De acordo com especialistas consultados, as vendas da oleaginosa subiram de 5% a 10% no período. 


Mais espaço - Apesar de as cotações internacionais terem iniciado a semana em correção, as perspectivas dão conta de que há mais espaço para valorizações das commodities. “Estamos vivendo uma situação muito peculiar, com patamares acima da média e com perspectivas de chegarmos próximo aos melhores preços da história”, avalia o consultor da FC Stone, Glauco Monte. 


Preços - Depois de um período morno, a soja voltou a bater em R$ 50 por saca no Paraná. Já no Porto de Paranaguá, a oleaginosa foi negociada a R$ 56 por saca. Em comparação ao final de janeiro deste ano, quando a saca estava sendo comercializada a R$ 47, a alta foi de 16%. 


Câmbio - Para melhorar ainda mais os preços médios de venda, o dólar também subiu nos últimos dias, chegando ao patamar de R$ 1,80. No Mato Grosso, conforme informações da FC Stone, entre 50% a 60% da safra já foi comercializada. Conhecido pelo conservadorismo em relação a vendas antecipadas, o Paraná já negociou 50% da safra que está com a colheita na reta final.


Cenário mundial - Para o analista de commodities da Cerealpar, Steve Cachia, além da alta do câmbio, o mercado da soja está positivo devido ao cenário mundial, com quebra da safra nos principais países produtores: Brasil, Argentina e, possivelmente, nos Estados Unidos. “A oferta mundial tende a diminuir, enquanto que a demanda, liderada pela China, deve continuar crescendo de forma agressiva. Não há previsão, a curto prazo, de oferta abundante, o que preocupa o mercado”, observa. Numa análise global, ele aponta que enquanto o dólar é instável, a expectativa é de que as cotações futuras da Bolsa de Chicago devam aumentar.


Páreo duro - Além da quebra da safra na América do Sul, o mercado internacional começa a esquentar por causa da briga por área entre soja e milho nos Estados Unidos. As primeiras expectativas são de que o milho vai ganhar mais área do que a soja. Monte explica que a soja teve altas mais expressivas justamente para tentar roubar área do cereal. O milho tem se mantido estável no mercado, mas a perspectiva é menos positiva para o segundo semestre, quando deve ser confirmada uma safra maior do grão durante o ciclo 2012/13.


Situação apertada - Steve Cachia observa que a situação mundial do milho também está historicamente apertada, mas não tão preocupante quanto a da soja. “Não há muito estoque de milho, mas o potencial de produção deixa o mercado mais calmo”. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

MERCADO II: Na comercialização, 2013 é agora

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O cenário atual está tão positivo que tem estimulado vendas da safra 2012/2013, que só vai ser plantada no segundo semestre deste ano no Brasil. De acordo com dados da FC Stone, em torno de 20% a 25% da próxima safra de Mato Grosso foram comercializados, com aceleração acentuada nos últimos 15 dias. No Oeste da Bahia, onde esteve a Expedição Safra Gazeta do Povo, também há relatos de vendas da próxima temporada de verão.


Contrato - O produtor Jaime Cappellesso diz ter comprometido 10 mil sacas (o equivalente a 25% da produção esperada) e terá de entregar até maio de 2013. No cumprimento do contrato, vai receber R$ 46 por saca. “Gostaria que a soja ficasse dez anos nesse preço”, diz. Ele analisa que, na venda antecipada, sempre se perde quando a base de comparação são os picos de preço. Por outro lado, uma boa oportunidade de negócios não pode ser desperdiçada por quem quer garantir a cobertura dos custos de produção, defende.


Positiva - A negociação antecipada da safra 2012/2013 é vista de forma positiva pelos especialistas. “Há uma possibilidade das cotações futuras na Bolsa de Chicago melhorarem, o que pode levar a preços acima da média. Num cenário assim, o produtor deve aproveitar e vender nem que seja em poucos volumes”, salienta Glauco Monte, da FC Stone. E completa: “o produtor irá pegar uma curva muito interessante, com o dólar futuro acima de R$ 1,90 para fazer parte do volume que usará para cobrir os custos”.


Momento propício - Para o analista da Cerealpar, Steve Cachia, o momento também é propício para as negociações. No entanto, ele sugere cautela. “O mercado em patamares mais altos, de repente pode começar a recuar”, diz. Cachia considera que até meados de agosto – quando a safra americana deve ser confirmada – o mercado deve estar volátil e agitado. “Até lá há espaço, pois todos continuarão comprando”, comenta. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

EXPEDIÇÃO SAFRA: MaToPiBa estabelece novo patamar de produtividade

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Num ano marcado por expansão de 9% na área de soja e milho, o Centro-Norte brasileiro começa a colheita de verão em meio a relatos de quebra e de ampliação na produtividade. Mesmo com alterações climáticas, praticamente todos os agricultores perseguem um novo patamar de rendimento por hectare, verificou a Expedição Safra Gazeta do Povo, em viagem de 6,5 mil quilômetros realizada na última semana.


Para trás - A marca de 50 sacas por hectare, que predomina enquanto média no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, está sendo deixada para trás. Os produtores do MaToPiBa assentam suas expectativas entre 60 e 70 sacas/ha. Os técnicos que atuam em campo confirmam: é perfeitamente possível subir mais um degrau com as novas tecnologias disponíveis, ainda nesta temporada.


Evolução tecnológica - A evolução tecnológica é medida, por exemplo, pela disponibilidade de sementes de soja de alto potencial. Até meados da década passada, apenas cinco variedades eram consideradas apropriadas ao cultivo. Hoje são mais de 20. E não param de chegar grãos com rendimento capaz de colocar o MaToPiBa, uma região em que a terra nua mais parece com areia, no topo do ranking nacional de produtividade.


Média local - A média local de rendimento não é maior devido á própria expansão da produção. Nas terras que são cultivadas pela primeira vez, o solo, com baixa concentração de nutrientes, rende perto de 40 sacas de soja por hectare. Essa marca é suficiente para cobrir custos e está fazendo com que o arroz perca espaço enquanto cultura de estreia no plantio do Cerrado. 


Produtividade - Com 4 mil hectares de soja, a família Pieta abre 500 ha por ano em Currais, no Piauí. Como ainda cobre as áreas novas com arroz, a expectativa é que a oleaginosa chegue a 60 sacas por hectare, afirma Ivo Pieta, um dos quatro irmãos catarinenses de São Lourenço do Oeste que migraram para a nova fronteira 11 anos atrás. “Tiramos 52 sacas por hectare ano passado e agora, como não faltou chuva, podemos chegar a 60.” 


Veranico - Na Bahia, um veranico fora de época atrapalha essa evolução. O fenômeno é considerado normal em janeiro, mas, como chegou em fevereiro, prejudicou a fase de enchimento das vagens e a formação dos grãos. Os casos de perda estão ao sul e a noroeste de Luís Eduardo Magalhães. Já em Formosa do Rio Preto, mais a oeste, as chuvas chegaram em volume suficiente.


Quebra - Com 2 mil hectares de soja num desses bolsões de seca em LEM, Franco Bosa prevê queda de 60 para 50 a 55 sacas por hectare. Em 200 hectares de milho, não houve perda. Os 30% das lavouras da oleaginosa colhidos nos últimos dias confirmam o recuo em produtividade. O clima quente e seco acelerou o ciclo das lavouras e reduziu o número de grãos por planta, explica o agricultor. “Valeu a lógica da perpetuação das espécies. Com falta de água, a planta se apressa para gerar sementes, mesmo em número menor, e garantir uma nova geração”, disse o produtor, que é zootecnista. 


Quebras expressivas - As manchas de quebra são mais expressivas na Bahia. No Piauí, os casos são raros e a tendência é de aumento na produtividade. O estado é o que mais vem expandindo suas lavouras na região. No Maranhão, houve chuva considerada normal e a ocorrência de quebras é acompanhada à distância. O Tocantins, por sua vez, vem registrando inclusive excesso de umidade, o que mos­­tra que, quanto mais a oeste do MaToPiBa, mais água caem sobre as plantações. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

OFERTA E DEMANDA: Arroz e feijão perdem espaço na mesa e no campo

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros vem impactando diretamente as decisões dos produtores rurais no campo. A dupla mais famosa do cardápio nacional – o feijão e o arroz – sente ano a ano os efeitos dessas transformações alimentares da população. Embora o consumo total de feijão e arroz esteja aumentando em virtude do crescimento do número de habitantes, a média per capita anual vem caindo, segundo dados oficiais. Enquanto na década de 1960 uma pessoa consumia, em média, 25 quilos de feijão por ano, atualmente essa média é de 17,2 quilos por pessoa, conforme último levantamento realizado pela Embrapa Arroz e Feijão. 


Área cultivada - A troca do combinado que já esteve muito mais presente na mesa dos brasileiros pressionou a área cultivada com os dois produtos nos últimos anos. No caso do feijão, a redução, tanto da área total como da produção, deve ser de 5%. De 4 milhões de hectares cultivados no Brasil durante o ciclo 2010/11, somente 3,8 milhões de hectares voltaram a receber as sementes de feijão em 2011/12.


Paraná - O Paraná, maior produtor nacional do grão, reduziu ainda mais suas apostas, 15% no último ano, de 522 mil hectares para 444 mil hectares. Além disso, a seca que atingiu a principal colheita de feijão do estado, deve pressionar em 20% a produção final paranaense, que deve alcançar 5,1 milhões de toneladas, contra 4,3 milhões colhidos em 2010/11.


Novas pressões - Apesar da ligeira recuperação do consumo per capita na década de 1990, o produto pode sofrer novas pressões daqui para frente. “Com o aumento do poder aquisitivo, a tendência é que haja crescimento no consumo de carnes em detrimento do feijão”, afirma Alcido Wander, supervisor de transferência de tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão. “Além disso, a mudança dos hábitos alimentares das novas gerações, exposta a um leque muito amplo de alimentos industrializados e fast food, deve comprometer a queda no consumo tanto de arroz como de feijão”, acrescenta ele.


A hora da aposta - No campo, a demanda, que por sua vez, guia os preços, é que definem as apostas dos produtores na hora do plantio, explica o analista de mercado Marcelo Lüders, da Correpar. Ele lembra que em agosto do ano passado – período de plantio da safra de verão – o preço da saca de feijão carioca no Paraná era de R$ 80. Diante do preço, considerado baixo, e dos riscos climáticos, boa parte dos produtores acabou optando por reduzir a área e apostar em culturas mais rentáveis, como o milho e a soja.


Produtor - Este é o caso de Jesse Ricardo Prestes, produtor de Castro, nos Campos Gerais. Ele reduziu de 30% para 20% a área destinada ao cultivo do feijão na última safra. Menos sensível às variações climáticas, a soja foi à cultura escolhida para ocupar o espaço vago na lavoura, já que o preço do feijão era desfavorável. “O feijão vale mais no mercado, mas também oferece mais riscos. Depois de três anos de prejuízo é natural que o produtor comece a buscar alternativas”, afirma ele. Mesmo com a redução da área e a produtividade comprometida pela estiagem, o produtor espera colher 10 mil sacas de feijão na segunda safra, que começou a ser colhida agora no Paraná. Como houve queda na produção, Prestes acredita que vai se beneficiar dos bons preços do produto no mercado interno. 


Valor - Hoje, uma saca do feijão carioca vale, em média, R$ 190.


Quebra de safra no Sul eleva preços até maio - A escassez de feijão no mercado, provocada pela quebra de safra no Sul do país, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul, está fazendo com que os consumidores paguem mais pelo quilo do produto nas gôndulas. O quilo do tipo mais consumido no país, o carioca, subiu 46% em quatro meses, saltando de R$ 1,90 para R$ 5, segundo dados da Correpar. 


Feijão preto - Já o feijão preto foi o que registrou a maior alta de janeiro para fevereiro, 14,4% conforme o Índice de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA) de fevereiro, medido pelo IBGE. O aumento foi o maior registrado na categoria alimentos, que inclui carnes, vegetais, grãos, café e açúcar. Segundo o analista de mercado da Correpar Marcelo Lüders, os preços do feijão devem continuar altos até maio, quando começa chegar ao mercado a segunda safra, que foi plantada em janeiro. 


Produtor aproveita - Para os produtores, por outro lado, o momento é favorável. No Paraná, a redução de quatro mil hectares na área de cultivo e queda de 20,5% na produção fez o preço da saca de feijão carioca saltar de R$ 95 em novembro de 2011 para R$ 190 em fevereiro. Quem arriscou e manteve a mesma área de plantio do grão, está conseguindo recuperar parte das perdas dos últimos três anos. O produtor Eduardo Medeiros, de Castro, nos Campos Gerais, é um deles. Ao contrário da maioria, Medeiros mantém em 200 hectares a área que utiliza para o plantio do grão há 20 anos. Como estratégia para minimizar as perdas climáticas ele passou a escalonar a safra, fazendo o plantio em outubro, novembro, dezembro e janeiro.


Estimativa - Apesar da quebra, ele estima colher oito mil sacas até o final de abril. “Plantar feijão é como jogar pôquer, você não pode abandonar a mesa no meio do jogo”, diz ele, referindo-se aos altos e baixos de quem trabalha com a cultura. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

ALGODÃO: Impasse no pacto entre Brasil e EUA

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O acordo do algodão entre Brasil e Estados Unidos ameaça chegar a um impasse semanas antes da visita da presidente Dilma Rousseff a seu colega Barack Obama, no dia 9 de abril na Casa Branca. O Congresso americano caminha para prorrogar ou ampliar os subsídios aos agricultores do país, o que poderá levar o Brasil a reabrir o processo de retaliação contra produtos dos EUA.


Reunião em Washington - Na semana passada, o embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, reuniu-se em Washington com técnicos do Senado e da Câmara dos EUA para reiterar a posição de que as propostas em exame pelos parlamentares americanos aumentam, ao invés de diminuir, o grau de distorção dos programas de subsídios americanos para a commodity.


Pagamento direto - Os EUA têm um programa de pagamento direto de US$ 600 milhões anuais aos seus cotonicultores. Em tese, um produtor de algodão pode ficar em casa vendo televisão, mesmo sem produzir, que no fim do mês recebe seu cheque de milhares de dólares vindo dos cofres públicos.


Garantia de renda - Agora, o Congresso quer acabar com esse pagamento direto e partir para um programa de US$ 450 milhões destinado a garantir a renda do produtor. Ocorre que esse seguro de renda embute um incentivo para a expansão da produção, o que distorce mais o comércio internacional. O produtor passaria a receber ajuda do governo conforme o volume de produção e a receita esperada.


Cálculos - Pelos cálculos do Brasil, cada dólar de Washington ao provável novo programa causaria distorção quatro vezes maior do que os pagamentos diretos atuais. Assim, enquanto o governo americano argumenta que reduzirá os gastos de US$ 600 milhões para US$ 450 milhões, para o Brasil o novo programa, se aprovado no Congresso, multiplicaria para até US$ 1,8 bilhão os dispêndios, dependendo das condições do mercado. "O novo programa é mais distorcivo do que o anterior e nos preocupa muito, porque vai deprimir os preços internacionais ainda mais e causar prejuízos aos nossos produtores", afirma Roberto Azevedo.


Disputa - O acordo do algodão, fechado em 2010, colocou fim a uma disputa de cerca de uma década na OMC em torno dos subsídios dos EUA, que foram declarados ilegais. Os EUA, que têm um histórico problemático em cumprir decisões da OMC, cederam apenas depois de o organismo dar sinal verde para o Brasil impor retaliações aos produtos americanos.


Compensações temporárias - Em 2010, os EUA concordaram em dar compensações temporárias ao Brasil, como pagamentos anuais ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), até que o sistema de subsídios fosse corrigido definitivamente em sua lei agrícola - a "Farm Bill", que deveria ser discutida este ano.


Marco - Mais do que uma disputa comercial, o acordo do algodão é um marco nas relações recentes entre Brasil e EUA. Foi fechado mesmo em uma época em que os americanos estavam irritados com as tentativas brasileiras de negociar com o Irã, já que defendiam retaliações para interromper um programa nuclear iraniano supostamente em desacordo com as regras internacionais.


Parcial - Quase dois anos depois, o acordo foi implementado apenas parcialmente pelos americanos. Uma das promessas era que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) derrubaria barreiras sanitárias à importação de carne bovina de 13 Estados brasileiros. Nesse sentido, Washington já prometeu diversas vezes colocar uma norma sob consulta pública, mas até agora isso não foi feito.


Aumento do prêmio - Por outro lado, os EUA vêm cumprindo o compromisso de aumentar o prêmio do seguro de crédito a exportação sempre que a demanda aumenta e os montantes solicitados acionam um gatilho. No entanto, Azevedo nota que o ajuste periódico do prêmio, ao final do atual acordo bilateral do algodão, não será suficiente para levá-lo ao patamar que o Brasil considera necessário para Washington cumprir as determinações da OMC e eliminar subsídios proibidos no crédito a exportação.


Correção do problema - O Congresso americano não dá indicações de que corrigirá o problema na "Farm Bill". Em um ano de eleições presidenciais, com Obama na disputa por um segundo mandato, é pequeno o apetite político para enfrentar um assunto muito caro a poderosos grupos de interesse em Washington, como os agricultores.


Desfecho - O desfecho mais provável, avalia uma fonte de Washington, é o Congresso empurrar o tema com a barriga, prorrogando a atual "Farm Bill" até 2013. Mas o governo americano negociou compensações temporárias com o Brasil apenas até 2012, e se a solução for adiada o Brasil poderá, eventualmente, ter o direito de pedir compensações adicionais.


Ponto central - Um dos pontos centrais do acordo é o pagamento anual de US$ 147,3 milhões do governo americano ao IBA, algo até então inédito na OMC. O orçamento do próximo ano fiscal dos EUA, que começa em outubro, não o prevê, até porque seria uma admissão de que o país de fato não fará a correção na "Farm Bill". Em tese, o USDA poderá remanejar alguns de seus fundos para garantir esse pagamento entre outubro e dezembro. Mas poderá haver reações de congressistas republicanos que defendem um ajuste fiscal mais radical - e que, em 2011, tentaram bloquear os pagamentos ao IBA. Também ficaria aberta a definição de como Washington fará os pagamentos a partir de janeiro de 2013.


Hipótese - Outra hipótese é o Congresso aprovar uma versão piorada da "Farm Bill", agravando os subsídios pagos aos agricultores. Há alguma chance de os parlamentares incorporarem uma proposta apresentada pelo Conselho Nacional do Algodão (entidade de "lobby" dos agricultores americanos), tornando o sistema mais distorcivo, na visão brasileira.


Retaliações - Se os americanos piorarem os subsídios, o Brasil poderá reativar as retaliações contra centenas de produtos, sob a forma de sobretaxa quando entrarem no mercado brasileiro. Os EUA podem, em tese, alegar na OMC que cumpriram as exigências ou pedir para pagar uma compensação menor ao Brasil. Também podem sustentar que os preços de mercado são mais favoráveis, o que levou à redução dos subsídios. Nesse caso, restará aos americanos pedir a OMC a abertura de um "painel de implementação" para os juízes confirmarem se Washington pôs fim aos subsídios condenados.


Preocupação -No lado político, há uma clara preocupação no Itamaraty de evitar que o caso ganhe força durante a visita de Dilma a Obama. "Todo mundo está consciente que o problema não é causado pelo governo Obama, mas pelo Congresso", afirmou uma fonte brasileira em Washington. (Valor Econômico)

RECEITA: Governo negocia compensação por perdas no ICMS

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a acenar nesta segunda-feira (19) com a possibilidade de oferecer compensações para os Estados que devem perder recursos com a proposta de uniformizar a alíquota do ICMS nas operações interestaduais com bens e mercadorias importadas. 


Governadores - Mantega recebeu os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande, e de Santa Catarina, Raimundo Colombo, para discutir o assunto. Os dois Estados estão entre os que devem perder receita caso o Senado aprove a resolução que unificará a alíquota do ICMS. Segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que participou do encontro, o ministro propôs compensações que poderiam chegar a R$ 3 bilhões para os capixabas. 


Detalhes - Mantega evitou, entretanto, dar detalhes sobre o que poderia ser feito para efetivar essa compensação. "A oportunidade para o Espírito Santo não é pouca não. Conta com investimentos e construção de um polo gás químico em Linhares", disse Delcídio. 


Alternativas - Outras alternativas apresentadas por Mantega, conforme relato do parlamentar, seriam a possibilidade de o governo comprar adiantamentos de royalties de petróleo, e a oferta de uma linha de crédito de longo prazo específica para os Estados. "São alternativas que a Fazenda já estudou e agora foram apresentadas", disse o senador, acrescentando que o assunto volta a ser discutido com o Executivo na próxima quinta-feira (22/03). Está prevista uma audiência pública para debater o tema no Senado nesta terça-feira. (Agência Estado / Gazeta do Povo)

INTEGRADA: Lançada campanha sobre pacote de benefícios

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Já está no ar a campanha da Integrada para divulgar aos associados o pacote de benefícios que a cooperativa oferece. Com o slogan “Trabalhando para você crescer”, a campanha está sendo veiculada nos principais veículos de comunicação do Paraná. 


Objetivo - O objetivo é divulgar a força da Integrada no agronegócio paranaense e ressaltar que, quanto mais negócio o cooperado fizer com a cooperativa, mais ele ganha. “A Integrada foi a cooperativa que mais cresceu em 2011, com 32% de aumento sobre o faturamento do ano anterior”, comenta o presidente da Integrada, Carlos Murate. “Queremos mostrar que, quando a Integrada cresce, todo mundo cresce junto com ela”, completa o presidente da cooperativa.


Ações - O pacote de benefícios da Integrada é composto por diversas ações desenvolvidas pela cooperativa que asseguram mais produtividade e renda para os associados, como devolução de sobras, restituição de ICMS, serviços de assistência técnica, agricultura de precisão, descontos em planos de saúde, convênios educacionais e muitos outros.


Impressos - Além da campanha publicitária, a cooperativa também vai distribuir materiais impressos aos cooperados explicando o pacote de benefícios. Para mais informações, os associados podem procurar uma unidade da Integrada que os colaboradores irão explicar os detalhes dos benefícios oferecidos pela Integrada. (Imprensa Integrada)

C.VALE: Seminário da Mulher será realizado dia 28

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

COODETEC: Referência em pesquisa, cooperativa atrai visitantes de outros países

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Todos os anos, a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – Coodetec recebe dezenas de visitantes. A Coodetec é exemplo de cooperativismo e referência no campo da pesquisa de sementes. Por isso, é comum que estudantes, agricultores e profissionais agrícolas tenham interesse em conhecer a estrutura física e os laboratórios da sede da Coodetec, em Cascavel (PR). O destaque é tanto que chama a atenção também de quem mora longe. Em 2012, já foram registradas quatro visitas internacionais.


Grupos - No mês de fevereiro, três grupos, de nacionalidades diferentes, passaram pelo Centro de Pesquisa. Da Austrália, vieram 25 produtores de trigo; da Bolívia, 28 engenheiros agrônomos; e, da África, 14 agricultores. Na sexta-feira (16/03), vieram da Argentina 30 produtores e profissionais agrícolas. Assim como os que visitaram a Coodetec em fevereiro, os argentinos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história da cooperativa e ver de perto os processos de pesquisa de soja, milho e trigo, através dos programas de melhoramento da Coodetec.


Surpreso - O produtor australiano, John Koric, se surpreendeu com o processo de pesquisa da Cooperativa Central. “Somos todos fazendeiros e é muito bom ver como outras pessoas colaboram para que o nosso trabalho no campo dê resultados. São tecnologias que não conhecíamos. Eu não tinha ideia de como era e, assim como meus colegas, fiquei surpreso com os laboratórios.” Koric ainda destacou que, assim como o trabalho do agricultor, o do pesquisador também é muito importante. “Um não sobrevive sem o outro.”


Alto nível - Para o engenheiro agrônomo boliviano, Emilio Ávila, a Coodetec apresentou alto nível de tecnologia. “É uma empresa muito organizada, com profissionais preparados e diferenciados. Não imaginávamos tanto. Esperamos que toda essa tecnologia chegue, em breve, até a Bolívia.”


Modelo - Para os argentinos, a Coodetec é um modelo a ser seguido. “A pesquisa desenvolvida aqui está bastante adiantada. Não temos na Argentina algo parecido com o trabalho da Coodetec, que atua em favor de outras cooperativas, pesquisando e apresentando sementes de qualidade para o agricultor. Este processo chama muito a atenção e nós percebemos que ainda podemos fazer mais em nosso país, utilizando a Coodetec como exemplo”, argumentou o engenheiro agrônomo, Luis Oscar Carballo. (Imprensa Coodetec)

RAMO CRÉDITO I: Sicredi promove ações diferenciadas na Expobel 2012

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

RAMO CRÉDITO II: Sicoob Oeste inaugura PAC em Guaíra

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Com setenta e um sócios fundadores, apoio da Associação Comercial e Empresarial de Guaíra — ACIAG e demais lideranças locais, o Sicoob Oeste, com sede em Toledo, oeste do Paraná, inaugurou sua quinta unidade de atendimento, no último dia 09 de março, no centro da cidade de Guaíra(PR). A cooperativa chega ao município contando mais de 8.400 associados e uma movimentação de mais de 120 milhões de reais em recursos administrados. O diretor presidente do Sicoob Oeste, Augusto Sperotto, fez questão de destacar que a história do Sicoob se construiu com solidez graças ao apoio da comunidade empresarial em todos os municípios onde a cooperativa já está atuando. Presente à solenidade, o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Central Paraná, Jefferson Nogaroli, informou que o Sicoob no Paraná já tem mais de R$ 1 bilhão de ativos e R$ 00 milhões de capital, mais de 1100 colaboradores e destacou que "o Sicoob Oeste é urna das bases e um dos pilares para o Sistema no Paraná, uma cooperativa que desde que foi aberta nunca teve problemas, cresce num ritmo sólido, não cobra tarifas, é realmente um modelo para nós pela força de mobilização que tem e os benefícios que apresenta em prol da comunidade". (Informativo Central Sicoob PR)

AGENDA PARLAMENTAR: Audiência pública vai debater Ano Internacional das Cooperativas

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Foi aprovado na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, o requerimento para realização de audiência pública para debater o Ano Internacional das Cooperativas, a ser comemorado em 2012 em todo o mundo. O autor da proposta, deputado Assis do Couto (PR), integrante da Frencoop, acredita que o "reconhecimento internacional da relevância do tema impõe a realização de um amplo debate sobre a atual realidade do sistema cooperativo no Brasil". Entre os convidados,  o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento Agrário, e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Para acessar o Resultado da Agenda da Semana, clique aqui. (Blog OCB no Congresso)

CÂMARA DOS DEPUTADOS: Deputados podem votar Lei Geral da Copa e Código Florestal

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O projeto da Lei Geral da Copa (PL 2330/11) pode ser votado em sessão extraordinária do Plenário nesta semana. A liberação de bebidas alcoólicas nos estádios deverá ser objeto de votação em separado, pois o relator, deputado Vicente Candido (PT-SP), manteve a regra no texto depois de uma breve confusão sobre o compromisso do Brasil com a Fifa acerca do tema.


Código Florestal - O projeto de lei do novo Código Florestal (PL 1876/99) é outra matéria que pode ser pautada em sessões extraordinárias. O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), negocia com os ruralistas a votação do substitutivo do Senado. Chinaglia defende a votação do texto formulado pelos senadores. Ele disse que o acordo feito para aprovação do código naquela Casa contou com a participação da bancada ruralista da Câmara. Os deputados ruralistas, entretanto, querem manter vários pontos aprovados anteriormente pela Câmara, como a permissão de atividades agrossilvipastoris nas áreas de preservação permanente (APPs).


Medidas provisórias - As sessões ordinárias, por sua vez, estão com a pauta trancada por nove medidas provisórias. Uma delas é a MP 552/11, que  prorroga por mais um ano, até dezembro de 2012, a alíquota zero do PIS/Pasep e da Cofins para a importação e venda no mercado interno do trigo, sua farinha e pré-misturas de pão comum. As massas alimentícias também passam a contar com a isenção até 30 de junho de 2012.  (Agência Câmara de Notícias)

MAPA: Financiamento para o ABC cresce 107,7%

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

As contratações registradas por meio do Programa ABC, que utiliza boas práticas agrícolas pelos agricultores brasileiros, foram destaque no período entre julho/2011 e fevereiro/2012, no financiamento rural. Os dados divulgados nesta sexta-feira (16/03), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram que os agricultores contrataram R$ 501,2 milhões no período, por meio dessa linha de crédito. O total financiado para custeio, investimento e comercialização no país foi de R$ 70,7 bilhões, sendo que a agricultura empresarial aplicou R$ 61,7 bi, no período.


Pronamp - No período avaliado, também chamou atenção os financiamentos concedidos por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) que totalizaram R$ 5,2 bilhões, distribuídos em R$ 3, 8 bilhões em operações de custeio e R$ 1,4 bilhão em investimento, entre julho/2011 e fevereiro/2012, ante os R$ 3,34 bilhões do mesmo período de 2010/2011, um incremento de 55,6% no volume contratado. Outros destaques entre os financiamentos de investimento foram as contratações registradas através do Moderagro (R$ 285,9 millhões) e do Moderinfra (R$ 155,8 milhões), ambos com juro de 6,75% ao ano.


PSI - O Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK), que contabilizou R$ 4,2 bilhões para a aquisição de máquinas agrícolas e estruturas de armazenagem, a juros de 6,5% ao ano, também foi considerado expressivo. A avaliação das contratações do crédito agrícola, atualizada mensalmente, é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa. “O acesso ao crédito é mais um instrumento para qualificar a produção rural, aumentando a produtividade por meio dos investimentos em tecnologia”, salientou o secretário de Política Agrícola, Caio Rocha.

(Mapa)

BRDE: Acordo é fechado com BIIS para financiar projetos de infraestrutura

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) assinou na quinta-feira (15/03), um acordo com o Banco de Infraestrutura, Inovação e Desenvolvimento (BIIS - Banca Infrastrutture Innovazzione e Svillupo), da Itália, para financiar projetos que atendam interesses públicos e privados nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. 


Grupo - O BIIS integra o grupo bancário Intesa Sanpaolo - Corporate & Investment Banking Division. Por meio deste pacto, as duas instituições formalizam a intenção de atuar em conjunto para explorar oportunidades de cooperação e colaboração em assuntos de interesse comum, tornando as respectivas atividades mais eficazes e benéficas. 


Projetos sustentáveis - Através do termo de colaboração com o BRDE, o BIIS busca viabilizar projetos sustentáveis e que propiciem o bem comum. O banco italiano está empenhado em diversificar os investimentos em solo brasileiro, apostando na solidez da economia nacional e na grande capacidade do mercado local. Ao lado do BRDE, os planos da instituição financeira europeia podem render bons frutos para a população dos estados onde o banco público de fomento da Região Sul está presente. O foco principal do banco italiano é financiar iniciativas público-privadas em investimentos em infraestrutura. 


Fortalecimento - Para Nivaldo Assis Pagliari, diretor de Acompanhamento e Recuperação de Crédito do BRDE, a parceria fortalece o comprometimento do banco com o avanço econômico e social. Pagliari afirma que o BRDE tem estrutura capaz de garantir que os projetos sejam concretizados. O diretor financeiro do banco, Jorge Gomes Rosa Filho, disse que com este acordo, o BRDE “está viabilizando uma alternativa financeira para o governo do Paraná para tirar do papel uma série de programas propostos de parcerias público-privadas (PPPs)”. 


Primeiro projeto - O diretor da área internacional do BIIS, Marcelo Mentini, ressaltou que a parceria irá deslanchar a partir da análise e financiamento do primeiro projeto. Ele lembrou de um acordo firmado na Turquia, onde empreendimentos de pequeno e médio porte abriram a possibilidade de atualmente se apoiar a construção de estradas e hospitais. Para Mentini, o acordo com uma importante agência de desenvolvimento regional como o BRDE fortalece a capacidade de criação e avaliação de projetos infraestruturais, inclusive em favor de empresas italianas interessadas em ampliar os seus negócios em áreas geográficas com alto padrão de desenvolvimento. 


Consul - Mentini estava acompanhado pelo cônsul-geral da Itália, Salvatore di Venezia; Bárbara Schiaroli, representante do BIIS no Brasil; pelo responsável pelo setor jurídico no País, Rodrigo Pironti; e pela vereadora curitibana Renata Bueno, que trabalhou na aproximação entre as duas instituições para o início das negociações. Também estavam presentes o superintendente do BRDE no Paraná, Carlos Areton Azzolin Olson; o gerente de Planejamento, Thiago Tosatto; e o gerente de Operações, Paulo Cesar Starke Junior. (AEN)

MILHO: Safra deve ser de 63,2 milhões de toneladas, diz consultoria

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A safra brasileira de milho 2011/12 pode alcançar 63,257 milhões de toneladas, segundo a nova estimativa da Safras & Mercado. Os novos números ficam abaixo das 65,718 milhões de toneladas estimadas inicialmente, mas estão acima das 63,196 milhões de toneladas previstas em janeiro. E deve ultrapassar em quase 7,5 milhões de toneladas a produção na temporada 2010/11 de 55,768 milhões de toneladas.


Efeitos climáticos - Segundo Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, os ajustes foram necessários considerando os efeitos climáticos registrados nas lavouras com a ocorrência do fenômeno La Niña na safra verão, sobretudo na região Sul do Brasil. Os efeitos foram mais severos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde boa parte da produção foi comprometida. No Paraná, de acordo com Molinari, as lavouras surpreenderam e conseguiram uma boa recuperação, devendo indicar uma produção até mesmo superior à prevista inicialmente.


Área plantada - A área plantada no país deve chegar a 13,985 milhões de hectares, aumento de 13,2% contra o período 2010/11. A safra verão é estimada em 28,56 milhões de toneladas contra 26,614 milhões de toneladas em 2010/11. 


Segunda safra - A produção projetada para a segunda safra de milho é de 27,509 milhões de toneladas, ante 22,837 milhões de toneladas colhidas na safrinha 2011.


Produtividade - A produtividade média brasileira do cereal tende a crescer na safra 2011/12, para 4.523 quilos por hectare, frente ao rendimento médio de 4.452 quilos por hectare da temporada 2010/11.  (Valor Econômico)

ALGODÃO: Brasil caminha para o 3º lugar nas exportações da pluma

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Brasil se aproxima da terceira posição no ranking, liderado pelos Estados Unidos, dos exportadores de algodão - e, para alguns especialistas, a virada deve acontecer ainda neste ano. As exportações brasileiras da fibra, bem como a área e o volume produtivos, crescem a saltos desde 2008, favorecidas pelos preços internacionais e os fraquejos da indústria têxtil local diante da entrada de produtos chineses no País. 


Alta - Ainda inacabada, a safra atual já conta com alta de 82% nas exportações, em relação à temporada anterior, conforme divulgou na semana passada a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Até o fim do ano, os embarques devem ultrapassar a barreira de um milhão de toneladas e representar mais da metade da produção total, estimada em dois milhões de toneladas. 


Clima - "Vamos depender muito do comportamento do clima daqui para frente", diz o vice-presidente da Abrapa, João Carlos Jacovssen, para quem há "grande possibilidade" de o Brasil galgar-se, já em 2012, ao terceiro lugar no ranking dos exportadores, deixando o Uzbequistão, na Ásia, para trás. Houve, contudo, falta de chuva na Bahia e excesso de águas no Mato Grosso, os dois principais polos cotonicultores do País. No oeste baiano, a seca gerou estimativas negativas para a safra. "A minha lavoura não teve perda, mas a região vai ter um impacto de até 10% na colheita", contou Jacovssen, que detém uma propriedade de 17 mil hectares, onde planta algodão, soja e milho. 


Consolidação - Embora o clima possa atrapalhar a escalada do segmento, nada muda o fato de que o volume de produção, a área plantada e as exportações do algodão brasileiro cresceram a níveis superiores a 50% na última safra. "O País está se consolidando como um dos mais importantes players exportadores", afirma o consultor agroeconômico Carlos Cogo. 


Área plantada - "O aumento das exportações está ligado a um crescimento de 68% na área plantada, que decorre da alta dos preços internacionais", explica Cogo. Em 2000, o Brasil produzia de 100 a 200 mil toneladas da fibra, com as cotações ao redor de 40 centavos de dólar por libra-peso. O País estava deixando de ser importador. Já em 2011, os preços ultrapassaram os 90 centavos de dólar e a produção nacional bateu 1,9 milhão de toneladas durante a safra. 


Consolidação - "Ainda neste ano devemos nos consolidar como o terceiro maior exportador", afirma Cogo, pontuando que os principais fatores para isso são a estagnação da demanda interna e a atratividade do mercado financeiro mundial. O especialista acrescenta que "a tendência é haver a consolidação dos polos produtivos, no Mato Grosso e na Bahia". Ao passo em que uma região como Minas Gerais, "que entrou no embalo dos preços internacionais", tende a abandonar quase completamente a cotonicultura, "até virar um nicho de mercado". 


Participação dos estados - Do total de algodão colhido na safra passada (1,9 milhão de toneladas), 723 mil toneladas vieram do Mato Grosso, 405 mil da Bahia e apenas 31,6 mil de Minas Gerais. "A primeira sacudida que o mercado der, a área se retrai", afirma Cogo. Também há "pequena participação" de Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo na produção total. E um pitaco dos paranaenses. O Paraná já foi um grande produtor de algodão que "desapareceu", segundo o consultor, que prevê o mesmo fim para Minas Gerais. "Creio que o crescimento [mineiro] foi oportunista, em cima da situação dos preços. Todo produtor é competente com os preços altos", diz Cogo. 


IOF zero - Na última sexta-feira (16/03), o governo federal anunciou a isenção da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para exportações que envolvem derivativos, ao que parte do mercado de algodão reagiu com otimismo. Aquela parcela que trabalha com o chamado mercado futuro. "A maioria dos produtores não tem acesso a esse tipo de recurso. Só os grandes se beneficiam. E o mercado de algodão é de pequenos e médios produtores", analisa Jacovssen, da Abrapa. De qualquer modo, os cotonicultores já têm isenção de IOF, segundo o representante. "Nosso problema é na tomada de recursos", aponta. (DCI)