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PLANO SAFRA 2011/12 I: Presidente da OCB participa de audiência pública

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Os cortes de recursos e a redução dos prazos de carência para programas voltados ao cooperativismo foram pontos negativos no Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 ressaltados pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (21/06). O debate ocorreu na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), por iniciativa do deputado Zé Silva (MG), e contou com a participação de outras entidades ligadas ao agronegócio, além de representantes do governo e de instituições financeiras.

Redução - Freitas se referiu à retirada de R$ 600 milhões para capital de giro do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), mantendo a dotação anterior, de R$ 2 bilhões, para investimento. Ainda no tocante ao Prodecoop, ele ressaltou pontos positivos como a elevação do limite de crédito de R$ 50 milhões para R$ 60 milhões.

Procap-Agro - Sobre o Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro), o presidente da OCB frisou as diminuições do prazo para reembolso, de seis pra dois anos, e de carência, de dois anos para seis meses. A possibilidade do financiamento para federações e confederações que atuem diretamente na fabricação de insumos, que vale tanto para o Prodecoop quanto para o Procap-Agro, foi outra questão apontada como interessante para o setor.

Cooperativismo - "O cooperativismo tem uma participação expressiva na economia do país e na produção agropecuária, principalmente. Praticamente 50% do que é produzido internamente passam de alguma forma por uma cooperativa. Trata-se de um segmento importante e que precisa ser considerado e são, com certeza, parceiros importantes na formulação de políticas públicas voltadas ao agronegócio", enfatizou.

Participação - Em seguida, Freitas levantou outras questões que precisam ser revistas. "Primeiramente, temos que repensar momentos como esse e realizá-los antes de definidas as políticas públicas, e não posteriormente ao seu lançamento". E comentou a relação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Desta vez, não participamos diretamente das discussões sobre o que seria necessário constar nesse plano agrícola e pecuário, como ocorreu em momentos anteriores. Enviamos sugestões, mas não fomos convidados pelo Mapa para tratar do tema. Já com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o processo correu de forma mais participativa", disse. Ele ainda chamou a atenção para a inclusão de programas que premiem e incentivem os produtores que se dedicam a uma produção sustentável em suas propriedades.

Pontos positivos - Sobre os pontos positivos, de uma forma geral, ele disse: "a manutenção da taxa de juros em 6,75% foi o grande ponto positivo do Plano Safra 2011/2012. Nesta mesma linha, podemos  destacar  o atendimento a setores antes não contemplados diretamente como a pecuária e os produtos da biodiversidade, entre estes a cana".

Concordância - Parlamentares que fizeram uso da palavra concordaram com o presidente da OCB nas reduções aplicadas às linhas específicas para o setor cooperativista, entre estes Afonso Hamm (RS) e Domingos Sávio (MG). (Informe OCB)

OPINIÃO: Brasil, superpotência agrícola com logística de terceiro mundo

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*Luiz Lourenço

O governo federal acaba de publicar um estudo sobre as projeções do agronegócio brasileiro. A estimativa é que, em dez anos, o país estará consolidado como grande potência mundial na produção de alimentos. A informação está baseada no contínuo crescimento de alguns setores, tanto em termos de produção quanto de exportação.

De acordo com o estudo, se o cenário se confirmar, o Brasil terá 33,2% do mercado de grão de soja em todo o mundo, 12% do de milho, 49% da participação da carne de frango, 30% da carne bovina e 12% da carne suína. Tudo isso sem falar do café, do suco de laranja e de outros produtos em relação aos quais exercemos folgada liderança internacional.

Muito bem. A estimativa do governo, que enche de orgulho um setor cada vez mais crucial para a economia, não chega a ser novidade. Pelo menos àqueles que, há muitos anos, acompanham a trajetória do agronegócio.

Apesar das políticas públicas amplamente desfavoráveis, dos problemas referentes ao crédito, ao câmbio, à infraestrutura - sem falar das adversidades impostas pelo clima - o agricultor brasileiro é muito competitivo, mas da porteira para dentro. E graças a esse espírito empreendedor e destemido, somado ao uso de tecnologia apropriada, o crescimento da produtividade tem sido um fator extraordinário e decisivo nas últimas décadas.

Resta perguntar: o que o próprio governo vai fazer, nos próximos anos, para dar suporte a essa vigorosa expansão? Como se sabe, a estrutura de armazenamento não comporta mais que 130 milhões de toneladas de grãos - e, em 2011, foram colhidas mais de 160 milhões de toneladas! As estradas, da mesma maneira, precisam de investimentos urgentes, e o que dizer dos portos, tão saturados?

O país precisa, sem demora, de um projeto para o futuro. Algo bem pensado e discutido com toda a sociedade, sem os improvisos e remendos que se costuma ver.

A figura do aristocrata que posa de cartola, fraque e bengala - mas tem os pés descalços - pode ser aplicada à realidade de um país que tem tudo, realmente, para consolidar-se como uma superpotência agrícola. O campo está fazendo a sua parte. O que precisa é o governo enxergar a oportunidade que está sendo oferecida e fazer a sua.

Se isto não acontecer, o agronegócio manterá o ritmo de crescimento, sem dúvida, ampliando seus recordes e horizontes. Mas a um custo cada vez mais escorchante, o que certamente acabará afetando sua competitividade.

Hoje, vale lembrar, somos competitivos em pouquíssimos setores, com destaque para apenas dois, em especial: um, a exploração de petróleo em águas profundas; outro, a produção de alimentos.

O pré-sal, que vai trazer grande volume de recursos para o país, está gerando desenvolvimento e prosperidade a algumas regiões litorâneas, principalmente no Rio de Janeiro. O agronegócio, menos midiático, já faz isto há muito tempo e continuará fazendo de forma duradoura em todo o interior brasileiro, criando riquezas que se transformam, no mínimo, em melhor qualidade de vida para toda a população.

(*) Presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial

RAMO CRÉDITO: Sicredi realiza ação em benefício da Apacn

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INTEGRADA II: Cooperativa será a anfitriã do 20º Jovemcoop

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A Cooperativa Integrada será a anfitriã do 20º Encontro Estadual da Juventude Cooperativista (Jovemcoop), que acontecerá dias 21 e 22 de julho, em Londrina. Cerca de 400 jovens de todas as cooperativas agropecuárias do Paraná são esperados para discutir os principais assuntos ligados ao futuro do setor. "Estamos acertando todos os detalhes para receber bem todos os participantes e garantir um evento de sucesso. Esta será a 20ª edição do Jovemcoop e a intenção é dar destaque para todos esses anos de história", destaca a assessora de cooperativismo da Integrada, Lívia Favoreto. A programação vai contar com palestras e dinâmicas sobre temas que giram em torno da sucessão familiar na atividade agrícola. Além de disseminar os valores do cooperativismo entre os jovens, o evento, que ocorre todos os anos, serve para formar as futuras lideranças das cooperativas. (Imprensa Integrada)

COPAGRIL: Reunião anual de produtores de leite será realizada no MS

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Acontece nos dias 21 e 22 de junho a "Reunião Anual de Produtores de Leite" no estado do Mato Grosso do Sul. O evento tem como objetivo apresentar os resultados de 2010 e as projeções para 2011, além de informações importantes do setor na atualidade. Os encontros serão realizados em três cidades onde a Copagril tem unidades: Sete Quedas, Eldorado e Itaquiraí. A programação foi desenvolvida para que os participantes possam ter as informações necessárias de como o fomento leite da Copagril vem se desenvolvendo no Estado.

Etapas - O evento terá três etapas. A primeira cidade a receber o encontro será Sete Quedas, na AABB local. O início será às 13h30, seguido da palestra "Manejo Intensivo de Pastagem", com o palestrante Juvenal Marques Brito, técnico agropecuário da Agraer. Na sequencia, por volta de 14h45 será a vez da palestra "Alimentação de Bovinos de Leite", ministrada pelo engenheiro agrícola e coordenador técnico de bovinos da Nutrifarma Nutrição Animal, Vilson Roque Mayer. Após as palestras haverá sorteios de brindes aos participantes.

Reuniões - As reuniões acontecem ainda no dia 22/06, pela parte da manhã na cidade de Itaquiraí no Salão Paroquial com início às 09h. No período da tarde, a reunião acontece na cidade de Eldorado na Unidade da Copagril com o início programado para 13h30. "A reunião anual de produtores de Leite já teve seu evento realizado no Paraná e foi um sucesso, agora chegou a vez dos produtores do Mato Grosso do Sul terem o momento de se reunir, verificar os números de 2010 e planejar o ano, além de receberem informações sobre o setor com os profissionais convidados para as palestras", enfatizou o gerente do departamento de produção pecuário da Copagril, Udo Herpich. (Imprensa Copagril)

COCAMAR II: Colhedora mecânica começa trabalhos em São Jorge do Patrocínio

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Depois de Maringá e Sertanópolis, a colhedora mecânica de café que a Cocamar trouxe de Minas Gerais para fazer a safra dos cooperados, chega a São Jorge do Patrocínio, na região de Umuarama. O município, onde predominam pequenos proprietários, é considerado um dos redutos da cafeicultura no Estado e a expectativa é que a mecanização da lavoura cafeeira aconteça rapidamente, a exemplo do que se prevê para outras regiões.

"Falta mão de obra e para continuar no café é preciso se adaptar aos novos tempos", diz o engenheiro agrônomo Renato Franco, da Cocamar, especialista no assunto. A mecanização reduz o custo da colheita em 40%, na comparação com o trabalho manual. O cafeicultor que tiver interesse em agendar a passagem da máquina por sua propriedade, no mês de julho, deve entrar em contato com a sua unidade de opção. (Imprensa Cocamar)

AGENDA PARLAMENTAR: Presidente da OCB participa de audiência pública sobre plano safra

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O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, participará, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, de audiência pública que debaterá o Plano Safra 2011-2012. Também estarão presentes representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, da Conab, da Contag, do Banco do Brasil e do Ministério da Agricultura, Pecuária, Abastecimento (Mapa), entre outros. De acordo com os dados Mapa, o "Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 conta com recursos de R$ 107,21 bilhões. Um aumento de 7,2% em relação à safra passada. Os recursos serão destinados ao financiamento de operações de custeio, investimento, comercialização, subvenção ao prêmio de seguro rural e apoio à utilização de práticas agronômicas sustentáveis".

Senado Federal - A votação do PLC 01/2010, que  define as competências comuns entre União, Estados, municípios e Distrito Federal para a proteção do meio ambiente e preservação das florestas, da fauna e da flora, aguarda a liberação da pauta do Plenário, que está trancada pela Medida Provisória 526/2011. Com o apoio do Sistema OCB, o projeto foi aprovado na Câmara em 2009 e, se aprovado sem alterações, seguirá para a sanção presidencial, beneficiando o setor produtivo brasileiro. (Blog OCB no Congresso)

Para acessar a Agenda da Semana do cooperativismo no Congresso Nacional completa, clique aqui.

SESCOOP: Comitê de Cadastro se reúne em Brasília

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Na segunda-feira (20/06), foi realizada a segunda reunião do Comitê do Cadastro Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), que tem por objetivo consolidar o cadastramento de todas as cooperativas brasileiras. O evento ocorreu na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília (DF). Integram este comitê dez técnicos de diferentes unidades estaduais do Sescoop e representantes das gerências de Monitoramento e Desenvolvimento de Cooperativas (GeMDC), Financeira (Gefin) e de Tecnologia da Informação (Getin), estes da unidade nacional.

Critérios - Na reunião, foram discutidos critérios quanto ao tipo e status de registro, que a gerente da GeMDC, Susan Vilela, define como "regras de negócio". "Ou seja, neste momento estamos elaborando critérios para que as cooperativas possam se registrar na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) de uma única forma", explicou Susan. (Informe OCB)

ANDEF: Cooperativas recebem prêmio voltado à sustentabilidade no campo

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A Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) entregou na segunda-feira (20/06) o XIV Prêmio Andef, no Esporte Clube Sírio, em São Paulo (SP). Este ano, quatro cooperativas receberam a premiação com seis projetos. Coxupé (MG), Coplacana (SP) e Coplana (SP) foram as vencedoras no tema "Cooperativas". Em "Boas Práticas Agrícolas", a ganhadora foi, novamente, a Coplacana, com o projeto Uso Correto e Seguro. Já o tema "Responsabilidade socioambiental" teve duas selecionadas: Coplacana, com o projeto Sustentabilidade do Produtor de cana-de-açúcar, e Cocari, de Mandaguari (PR), com o Projeto Campanha Cocari Solidária. Ao todo, participaram 13 cooperativas, com 30 projetos inscritos. A iniciativa conta com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Em sua 14ª edição, o prêmio tem destacado iniciativas voltadas para a sustentabilidade da agricultura brasileira e valorizado os esforços dos profissionais ligados ao campo no Brasil. (Informe OCB)

INFRAESTRUTURA II: 'Com 20% mais carga, estaremos esgotados', diz superintendente do porto

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Depois de três décadas de trabalho no Porto de Paranaguá, o engenheiro civil Airton Vidal Maron assumiu o cargo de superintendente com a missão de dar caráter técnico à função. Há cinco meses no cargo, trabalha com nove projetos ao mesmo tempo. Em sua mesa, reúne revistas portuárias de todo o mundo, às quais recorre para explicar as ideias em discussão. Ainda sem recursos garantidos para execução dos planos para o porto, afirma que a capacidade operacional está perto do limite. A demanda cada vez maior do agronegócio e de outros setores só será atendida com grandes investimentos, defende. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O Porto de Paranaguá passa por reformas básicas em telhados e anuncia projetos de novos berços, aprofundamento do canal. Está inteiro em reforma?

As obras menores são de manutenção. A conservação da estrutura da retaguarda vinha sendo relegada. Temos prédios em condições muito ruins, uma cidade fantasma, telhados com furos... Precisamos de uma recuperação geral neste sentido. Primeiro você precisa manter o que existe. Em segundo lugar, as ampliações.

Com que orçamento o Porto de Paranaguá trabalha para os projetos de reestruturação?

Nós estamos pleiteando junto ao governo federal a bagatela de R$ 2 bilhões para investimento no porto para os próximos anos. Em que prazo seria isso? Vai depender da disponibilidade de recursos do governo federal. Uma parte deve ser financiada pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Especificamente para o Corredor de Exportações, precisamos de R$ 470 milhões. Pretendemos incluir o projeto no PAC ainda neste ano. Se conseguirmos, a ampliação sai em dois anos, dois anos e meio. É o projeto que está mais à frente.

Em que esse projeto muda o desempenho do Corredor de Exportação?

A capacidade de carregamento passa de 9 mil para 18 mil toneladas por hora. A quantidade de berços do porto como um todo será ampliada de 20 para 32, um crescimento de 60%. Mas a operação poderá aumentar mais do que isso. Nos últimos 20 anos, o volume embarcado dobrou e a estrutura se manteve praticamente a mesma.

A estrutura chegou a um limite?

Ano passado, a movimentação foi de 38,2 milhões de toneladas. Dá para operar 45 milhões ao ano no máximo (que podem ser atingidos dentro de dois anos). Nosso limite suporta um aumento de 20% nos embarques e desembarques. A partir daí, estaremos esgotados. Por isso nós precisamos repotencializar o porto para os próximos 20 anos.

Em relação à cobertura do cais, qual o projeto mais viável?

As correias sempre estiveram cobertas. O que falta é cobrir o navio. A cobertura pode ser para o navio inteiro ou apenas para os porões que estiverem sendo carregados, ou seja, com um equipamento para cada shiploader (carregador). Essa cobertura de porão é uma solução que vem sendo estudada, mas ainda não foi implantada em nenhum porto. Está mais próxima da realidade do que a gente possa imaginar.

Em números...

A cobertura por porão é bem mais barata do que a estrutura maior, que parece com os telhados dos estádios de futebol e custa cerca de US$ 60 milhões. Se é feita de material rígido, sai por US$ 6 milhões por carregador. Como precisamos de duas por navio, são US$ 12 milhões por berço. Existe a proposta de uma cobertura de lona, mais barata, de US$ 1 milhão por carregador, ou US$ 2 milhões por navio. Ainda não há uma decisão.

Como será o aprofundamento do cais e como está o licenciamento ambiental?

Uma dragagem mais próxima aos berços já foi feita. O licenciamento (do Ibama) esperado para junho vai nos permitir executar as dragagens de manutenção, aprofundar o cais. Em relação ao aprofundamento do canal (de acesso dos navios), já conseguimos o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental). A parte mais difícil já passou. Marcamos audiência pública para 28 de julho, onde poderão ser colocadas todas as questões.

O aprofundamento aumenta a capacidade do porto?

Aumenta a capacidade de carregamento dos navios. Considerando os 2 mil e 800 metros do cais, tínhamos três profundidades. Áreas com 8, 10 e 12 metros. Vamos passar para uma profundidade entre 14,5 e 15, 2 metros. Um navio que vem pegar 60 mil toneladas vai poder pegar 80 mil. Um número fácil de guardar: para um graneleiro no Corredor de Exportação, cada 10 centímetros representam um acréscimo de 700 toneladas. Então, com um pé (30,48 centímetros), você consegue carregar 2 mil toneladas a mais. São números.

Os portos europeus buscam acordos de cooperação com portos de países exportadores. Paranaguá tem trabalhado com esse tipo de parceria?

Neste ano, formalizamos um acordo de cooperação técnica com o Porto de Ghent (Bélgica, referência na importação de biocombustíveis para a Europa). Mas essa parceria é muito recente. Por enquanto, não desenvolvemos nenhuma atividade em conjunto. Estive em Barcelona e iniciamos negociações para um segundo acordo, que ainda precisa ser formalizado. O que for possível será adaptado em Paranaguá dentro dessas parcerias.

O perfil do Porto de Paranaguá é graneleiro?

Não concordo. Nós temos granel, mas também temos contêineres. Temos a importação, nós hoje desembarcamos por Paranaguá metade de todo o fertilizante importado pelo Brasil, é um segmento muito importante.

Considerando os investimentos em ferrovias a partir do Centro-Oeste e nos portos do Nordeste, bem como em Santa Catarina, a posição do Porto de Paranaguá vai mudar?

Os portos do arco norte vão atender as novas fronteiras agrícolas. Existe uma perspetiva de o Nordeste, em dez anos, dobrar a produtividade na área de abrangência dos portos do arco norte. Com tudo o que está ocorrendo, nós não teremos grande ampliação em nossa área de influência, mas certamente não perderemos nossa posição. Nossa área de abrangência também tende a ampliar a produção. A iniciativa privada faz cobranças e cogita investir em infraestrutura.

Paranaguá pode privatizar investimentos?

Nós temos o porto mais "privatizado" do Brasil. No Corredor de Exportação, sete dos nove terminais são privados. Só dois são públicos. Daí a produtividade dos cinco berços de granéis, que foi de 1,5 milhão de toneladas por berço de janeiro a maio. Não nos compare com Roterdã, que é um porto de desembarque, ou com Barcelona. Nos compare com Santos, que tem 64 berços, 13 dedicados ao carregamento granel: de janeiro a maio, a produtividade foi 900 mil toneladas por berço. Como a gente suportou a produtividade de 1,5 milhão de toneladas por berço? com ajuda da iniciativa privada.

Como investidores privados podem participar do novo processo de ampliação?

Estamos desenvolvendo um plano de desenvolvimento e zoneamento do porto. A partir disso que nós vamos fazer um plano de arrendamento. Paranaguá não tem nenhum berço privatizado, todos são públicos e, no cais contínuo, devem continuar sendo. O que "privatizamos" é o investimento em terminais e na retaguarda. Logicamente. quem investe tem a preferência na hora de atracar o navio. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

EMBARGO: Rússia vai ditar passos para reabertura das exportações de carnes

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As especulações sobre os reais motivos do embargo russo às carnes bovina, suína e de frango do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso - que vigora desde o dia 15 - devem ser esclarecidas pelo próprio país importador. Moscou vai ditar passo a passo o que o Brasil precisa fazer para recuperar o mercado, conforme diplomatas brasileiros que tentam reverter a situação e organizam uma missão de esclarecimento ao parceiro comercial. Ao anunciar o embargo, a Rússia alegou que o Brasil não está inspecionando o abate como deveria. A Associação Brasileira de Frigoríficos nega problemas sanitários ou relaxamento da fiscalização. O governo informou que pode provar que existem frigoríficos dentro das normas nos três estados bloqueados. Setores público e privado avaliam que determinação russa tem fundo econômico e garante mercado para a produção doméstica. Paraná e Rio Grande do Sul teriam sido escolhidos por serem grandes produtores e suínos e Mato Grosso por ser reduto da bovinocultura.

Tratamento técnico - O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirma que, a julgar pela posição de seu colega russo, Sergey Lavrov, o problema "sanitário" pode ser resolvido em breve. Segundo Patriota, Moscou garante que dará tratamento técnico ao assunto. Em vez de receber uma missão brasileira, a Rússia prefere enviar novamente monitores ao Brasil. A princípio, os diplomatas brasileiros tratam o assunto como uma questão de esclarecimento. Mas, se houver adaptações a serem feitas, o mercado adianta que deverá se curvar às exigências, principalmente no setor de suínos, que enfrenta demanda apertada e preços abaixo dos custos entre os produtores.

Volume exportado - O Brasil exporta, em média, 14 mil toneladas de carne de porco por mês para a Rússia. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, as suspeitas dos russos contra a carne suína brasileira são infundadas. Segundo ele, o modelo do Brasil no que se refere à saúde no campo e às condições dos frigoríficos é exemplo internacional. As barreiras para a entrada de pessoas nos criadouros na Europa são consideradas menos rigorosas do que as praticadas no Brasil. Estangeiros podem visitar criadouros após desinfetarem os sapatos e vestirem jalecos. No Brasil, na maior parte das unidades, as visitas são simplesmente proibidas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que vai responder de forma rápida e inspecionar novamente todos os frigoríficos habilitados a exportar para o mercado russo. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

COMÉRCIO I: Governo lança ofensiva para elevar vendas à UE

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Ainda às voltas com o duro embargo imposto pela Rússia às carnes brasileiras, o governo retomou sua ofensiva para suavizar os controles sanitários e ampliar o fluxo de comércio do agronegócio com a União Europeia. Ao mesmo tempo, reiniciou discussões bilaterais na tentativa de azeitar o difícil acordo Mercosul-UE. Em missão oficial, o diretor de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Otávio Cançado, reuniu-se ontem com três diretorias da Comissão Europeia, em Bruxelas, para negociar a desobstrução e a aceleração das vendas de carne bovina ao bloco europeu. O alvo brasileiro é a derrubada da exigência prévia de uma lista de estabelecimentos habilitados a exportar à UE, imposta em 2007 pelas autoridades sanitárias. "Todas as missões técnicas foram favoráveis aos nossos controles sanitários. Até elogiaram o nosso avanço", diz Otávio Cançado. "Mas a UE não quer revogar a Normativa 61 (que impôs a lista). E não há mais razão para a existência disso do ponto de vista técnico".

Sem prazos - A lista foi imposta pela UE no início de 2008, após um surto de aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná ocorrido em 2005. Na reunião de ontem, o diretor de Relações Bilaterais Internacionais da Diretoria-Geral de Saúde e Consumidores, Lorenzo Terzi, afirmou que "tudo tem seu tempo", mas que a comissão não trabalha com nenhum prazo para o fim da exigência. O próprio ministro da Agricultura, Wagner Rossi, já fez pedido semelhante ao comissário europeu, mas obteve a mesma resposta evasiva. "Ouvimos que não haverá avanço no curto prazo, mas apenas no médio e longo prazos", disse o diretor do ministério. Uma nova missão veterinária europeia estará em alguns dias no Brasil para reavaliar os controles nas carnes processadas. Mas o otimismo de Brasília com qualquer avanço é bastante contido.

Momento delicado - Nos bastidores, o governo avalia que é um momento político complicado para a UE. A cúpula europeia teme que um avanço brasileiro nesse mercado prejudique a lenta recuperação de seus produtores, cujas exportações começam a se recuperar. O Brasil chegou a vender US$ 1,1 bilhão em carnes aos europeus, em 2007, mas as barreiras reduziram o volume para menos de US$ 400 milhões. O Brasil também busca concessões na questão de alimentação de animais abatidos para atender a chamada "Cota Hilton" - 10 mil toneladas de carne nobre que as indústrias nacionais têm direito de exportar à UE com tarifas reduzidas. O país quer a permissão para o uso de suplementos adicionais na dieta dos animais que hoje é feita exclusivamente a pasto. Os europeus foram bastante claros ao afirmar que não poderiam ceder porque a regra foi determinada em negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Para eles, essa é uma questão difícil de aceitar", avaliou Otávio Cançado, após reunião na Direção-Geral de Agricultura da UE.

Negociações - As autoridades brasileiras negociam, ainda, a adoção de regras mas flexíveis para o rastreamento e o controle do trânsito de animais abatidos com destino à UE dentro da "Cota Hilton". Nesse ponto, há mais chances de sucesso, avaliam os negociadores. Os europeus aceitam outras formas de controle que não sejam os brincos bovinos. "Nos deram abertura para avaliar novas propostas", relatou o diretor do Ministério da Agricultura. O uso da Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica seria um possível substituto ao sistema de brincos. "Acho que temos espaço para fazer isso", disse Cançado.

Mercosul-EU - Nas reuniões de ontem, os negociadores brasileiros também retomaram o diálogo com a Direção-Geral de Comércio sobre as tratativas para um futuro acordo Mercosul-UE. No início de julho, haverá uma reunião bilateral para apresentar as "listas de consenso" na área agrícola na tentativa de destravar as arrastadas negociações. Desde 2004, os blocos trocam "ofertas" consideradas insuficientes por ambos os lados. Um documento-base deve conter propostas para etanol, suco de laranja, açúcar e carnes. (Valor Econômico)

COMÉRCIO II: 'Eles precisam de nossos produtos'

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O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio, estará nesta terça-feira (21/06) no Parlamento Europeu no workshop em que o Brasil buscará defender a proposta dos países do Mercosul para fechar o acordo com a União Europeia. "Queremos mostrar que não é o acordo UE-Mercosul que vai prejudicar a agricultura europeia", disse Sampaio, de Bruxelas. A Abiec mostrará aos parlamentares dados e previsões de órgãos da própria UE indicando que as importações de carne bovina representaram apenas 5,37% do total consumido no bloco no ano passado.

Consumo - Estimativas da DG Agri e do Fórum Mercosul da Carne indicam que o consumo de carne bovina na UE em 2010 somou 8,151 milhões de toneladas (equivalente-carcaça). Desse volume, 438 mil toneladas foram importadas e cerca de 90% foram provenientes do Mercosul. Os exportadores brasileiros também vão usar projeções que mostram que a produção de carne na UE está recuando. Portanto, o bloco precisa dessas importações, observa Sampaio. A estimativa da DG Agri e do Fórum Mercosul da Carne é de que o consumo de carne bovina na UE em 2020 será de 7,899 milhões de toneladas (equivalente-carcaça). Desse volume, 7,83 % serão produto importado.

Cota de importação - A proposta do Mercosul no acordo com a UE é de uma cota de importação de 300 mil toneladas (sem tarifa) de carne bovina, ou 3,7% do consumo total do bloco europeu, segundo a Abiec. Sampaio defenderá ainda que não há justificativa técnica para as restrições impostas pela UE à carne bovina brasileira. Entre elas está a exigência de que a carne exportada seja proveniente de bois rastreados de uma lista limitada de fazendas. As restrições às vendas dentro da Cota Hilton de cortes nobres também estarão na pauta. O presidente da Abiec, Antônio Camardelli, lembra ainda que a União Europeia ganhou competitividade em relação ao Brasil recentemente. A razão é a convergência dos preços da matéria-prima (boi) e o câmbio.

(Valor Econômico)

COMMODITIES: Etanol deixa milho 17% mais caro

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Os subsídios do governo americano ao etanol já podem ter inflado em até 17%, de modo artificial, os preços do milho em 2011. A estimativa consta em um estudo que o Centro Internacional para o Comércio e Desenvolvimento Sustentável (ICTSD, na sigla em inglês) divulga nesta semana, dias após o Senado dos Estados Unidos aprovar uma emenda que extingue o incentivo de US$ 5 bilhões ao setor. Atualmente, os produtores que usam a mistura de gasolina com etanol recebem um crédito tributário de US$ 0,45 por galão.

Aperto na oferta - O ICTSD, um "think tank" com sede em Genebra, avalia que os altos preços da gasolina estimularam o consumo de etanol, criando um cenário de aperto na oferta doméstica de milho. "Sob essas condições, o incentivo aos misturadores tem um impacto significativo sobre os preços do grão", afirma Bruce Babcock, professor da Universidade Estadual de Iowa e autor do estudo, em comunicado. Para ele, a política americana para o setor poderia ser mais flexível em períodos de escassez da matéria-prima. O uso de milho para a fabricação de etanol mais do que triplicou desde 2004, de 36 milhões para quase 130 milhões de toneladas - o volume corresponde a praticamente toda a produção brasileira de soja e milho prevista para este ano.

Demanda - A oferta não acompanhou a demanda, e a participação do biocombustível na destinação da safra praticamente quadriplicou nesse período. De cada 10 sacas colhidas em solo americano, 3,8 vão abastecer alguma destilaria, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Com isso, os americanos já usam mais milho para fabricar etanol do que ração para abastecer a produção de carnes. Se a produção americana de etanol tivesse se mantido nos níveis de 2004, sugere o estudo do ICTSD, os preços do milho em 2009 seriam aproximadamente 21% inferiores aos registrados. No período, os preços da commodity mais do que triplicaram em meio ao crescimento não só dos biocombustíveis, mas da demanda por alimentos nos países em desenvolvimento. O enfraquecimento do dólar e os crescentes fluxos de capital especulativo para os mercados futuros de commodities também contribuíram para a guinada nas cotações.

Bolsa - Embora tenham caído quase 12% na última semana, os preços futuros do milho negociado na bolsa de Chicago dispararam cerca de 85% nos últimos 12 meses. No dia 9, alcançaram um dos maiores patamares da história depois que o USDA reduziu em 22% sua projeção para os estoques locais de passagem da safra 2011/12. O volume previsto é o menor em 15 anos. O ajuste reflete o impacto das severas chuvas sobre as áreas de cultivo, especialmente no Estado de Ohio. Os estoques globais também foram reduzidos, em 13%, para o menor nível em cinco anos - em grande parte, resultado do aumento do consumo na China. No Brasil, a colheita da safra de inverno está atrasada, resultado do atraso no plantio. De acordo com boletim divulgado ontem pela consultoria Céleres, apenas 2,5% das lavouras foram colhidas até a última sexta-feira, ante 9,7% no mesmo período de 2010.

Reuniões - A preocupação com o nível e a volatilidade dos preços agrícolas deve dominar a pauta dos ministros de agricultura do G-20, que se reúnem em Paris a partir de quarta-feira (22/06). (Valor Econômico)

CAPAL: Taquarituba (SP) ganha estrutura para grãos de R$ 20 milhões

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EXPOSUPER 2011: Cooperativas do PR participam de grande evento do setor de varejo em SC

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As cooperativas paranaenses Copacol, Lar e Frimesa estão participando, nessa semana, em Joinville (SC), da 24ª Exposuper Acats 2011 - Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados e Convenção Catarinense de Supermercadistas, um dos maiores eventos em geração de negócios do Estado de Santa Catarina e do Brasil, iniciado nesta segunda-feira (20/06) e que prossegue até quarta-feira (22/06), no Complexo Expoville. "A gerência técnica e econômica da Ocepar participará do evento no dia 22, com objetivo de dar continuidade ao trabalho de discussão e organização da participação integrada das cooperativas do Paraná nas feiras do setor em 2012", informa o analista Robson Mafioletti.

Organização - A Exposuper é organizada e promovida pela Associação Catarinense de Supermercados (Acats) e tem como principais objetivos gerar oportunidades de negócios, proporcionar acesso a informações atualizadas, novas tecnologias e inovações, e promover a integração de todo o setor. Nesta edição são esperados 30 mil visitantes, mais de 300 expositores e um volume de negócios a serem gerados acima de R$ 100 milhões de reais.

 

Lançamentos - As cooperativas paranaenses estão divulgando vários lançamentos da linha de varejo no evento. A Copacol, por exemplo, está apresentando os novos pescados da Linha Mar, composta por seis itens; as novas Linguiças Copacol, elaboradas com a mesma qualidade já tradicional das linguiças de frango, mas agora com carne suína; a Linha Kids, com produtos de sabor suave e embalagens mais atrativas ao público infantil; e a Linha Gourmet, elaborada com matéria-prima de qualidade.

 

Clique aqui para mais informações sobre a Exposuper Acats 2011

PAP 2011/12 I: OCB destaca itens ligados ao cooperativismo

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O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 traz medidas positivas para o cooperativismo, na avaliação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, que representou o setor no lançamento oficial, ocorrido na manhã desta sexta-feira (17/06), em Ribeirão Preto (SP), com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi.

Recursos - Na próxima safra, que tem início em julho, os produtores rurais terão mais recursos. Desta vez, o governo liberou R$ 107,2 bilhões para o agronegócio. O valor é 7,2% superior ao destinado ao ciclo anterior. Um levantamento realizado pela OCB indicava a necessidade de pelo menos R$ 140 bilhões. "A realidade no campo pedia mais recursos, mas o aumento dos valores já é um ponto positivo. Vale ressaltar também a permanência e o fomento de linhas importantes para o cooperativismo. É fato que as iniciativas estão caminhando, porém de forma tímida de acordo com a realidade da agropecuária brasileira", comentou Freitas.

 

Programas específicos - Especificamente para o cooperativismo, destacam-se a manutenção do Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro), que pode ser contratado via integralização de cotas-partes, giro e saneamento financeiro. O setor também será beneficiado com o aumento do limite de crédito, de R$ 50 milhões para R$ 60 milhões por tomador, do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop).

 

Ativos operacionais - Ainda sobre o Prodecoop, o novo plano vai permitir a aquisição de ativos operacionais de empreendimentos já existentes relacionados às ações enquadradas. Ele também abre espaço para o financiamento às federações e confederações que atuem diretamente na fabricação de insumos e no processamento e industrialização da produção. Antes, era permitido apenas para singulares e centrais.

 

Ajustes - No tocante aos demais programas, superou a expectativa do segmento os ajustes no  Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro). Com isso, há agora a possibilidade do financiamento de corretivos agrícolas. Mas o principal ponto foi a elevação de limites. Cada produtor poderá contratar no máximo R$ 600 mil. No antigo plano safra o valor era de R$ 300 mil. No que diz respeito aos créditos coletivos, houve um aumento de R$ 900 mil para R$ 1,2 mil. Além disso, o prazo de reembolso passou de oito para até 10 anos, com três de carência. (Com informações da OCB)

PAP 2011/12 II: Governo quita dívidas e dá mais verba ao seguro rural

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Em dívida com seguradoras e resseguradoras do segmento desde setembro de 2010, o governo decidiu quitar R$ 162,9 milhões pendentes do orçamento de subsídios ao seguro rural. Sob pressão de deputados e empresas interessadas, os pagamentos começaram na quinta-feira. Ao mesmo tempo, o novo Plano de Safra 2011/12, lançado na sexta-feira pela presidente, em Ribeirão Preto (SP), criou um sistema único de monitoramento de risco agrícola, ampliando o orçamento do seguro rural para R$ 406 milhões em 2011.

Pagamento - O governo deixou de pagar os subsídios ao seguro rural às empresas que cobrem os riscos do produtor. Metade do prêmio das apólices é bancado pelo Tesouro Nacional. O Ministério da Agricultura havia pago apenas R$ 35 milhões dos R$ 198,3 milhões contratados em 2010. Os recursos foram cortados porque não têm "blindagem" contra eventuais bloqueios orçamentários, como acontece com os recursos da Embrapa e da defesa agropecuária. Os principais credores do governo são as seguradoras Aliança do Brasil, Nobre, UBF, Mapfre, Porto Seguro e Allianz.

 

Bloqueio orçamentário - O seguro rural tem sofrido com os bloqueios orçamentários. Em 2010, foram contingenciados R$ 129,7 milhões. Nada foi utilizado. Neste ano, mesmo com uma demanda de R$ 526 milhões por subsídios ao seguro, outros R$ 394 milhões estão bloqueados pela equipe econômica do governo. Para 2012, o Ministério da Agricultura estima uma demanda de R$ 720 milhões. Na prática, sem a proteção do seguro, uma quebra de safra coloca os produtores em sérios riscos de prejuízos. Junto com eles, bancos, fornecedores e o próprio governo também podem ter danos.

 

Qualidade - Na tentativa de dar mais sustentação ao seguro rural, o governo busca mudar a ênfase do mecanismo para dar mais "qualidade" a essa ação. A meta é transformar o atual seguro de crédito, que garante a adimplência a bancos e fornecedores dos produtores, em um instrumento real de proteção de renda.

 

Cobertura de percentuais - Em vez de cobrir os custos dos produtores, com base na comprovação da nota fiscal, o governo quer migrar para um sistema de cobertura de percentuais da renda projetada para a safra. A metodologia garantiria mais renda ao produtor. Em 2010, o seguro rural oficial garantiu R$ 6,54 bilhões de capital no campo, além de 4,8 milhões de hectares. Atendeu a 38,2 mil produtores com subvenção média de R$ 5,2 mil por produtor.

 

Monitoramento - O sistema único de monitoramento do risco agrícola incluirá instrumentos como o zoneamento agrícola, o sistema oficial de sinistros do Banco Central e o registro nacional de perdas do setor privado. Com objetivo de adequar a tecnologia ao mapa histórico de sinistros agrícolas, o governo usará informações de clima, solo e sementes para monitorar alterações climáticas, como estiagens e granizo, de forma antecipada.

 

Habilitadas - Estão habilitadas a operar no programa as seguradoras Aliança do Brasil, Allianz, Mapfre, Nobre, Porto Seguro e UBF. As resseguradoras autorizadas são Catlin, Everest, Hannover, IRB Brasil, Lloyd's, Münchener, Partner, Scor Brazil, Swiss Re e XL Re. (Valor Econômico)

PAP 2011/12 III: Plano Agrícola frustra entidades agrícolas do Paraná

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Na contramão das declarações do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que considerou inovador o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 anunciado na sexta-feira (17/06), as entidades que representam o setor no Paraná se mostraram bastante frustradas com o teor do que foi anunciado. Em linhas gerais, as críticas convergem contra o excesso de burocracia no acesso ao crédito, bem como a unificação do limite de custeio, em R$ 650 mil, independentemente da cultura. Outro agravante se refere ao Seguro Agrícola, ou melhor, a falta de qualquer explicação sobre como ele será operacionalizado neste ano.

Esgotamento - Para o economista do Departamento Técnico/Econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, tanto o Plano Safra quanto o Plano Agrícola estão em um nível de esgotamento, sobretudo, por terem se configurado em ações políticas. "Eles foram transformados em eventos e a efetividade dos programas foi comprometida. Uma das demandas da Faep, de transformar a vigência do plano para um período de cinco anos, a fim de poupar o produtor da saga da documentação para se habilitar ao crédito, nem é levada em conta. Isso somado ao excesso de burocracia restringe o acesso ao crédito ofertado. Tanto que há programas que não chegam nem a 50% de contratação", observa Loyola.

 

Acesso - "O principal problema do plano é a dificuldade de acesso ao crédito, somada as garantias requeridas", acrescenta o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. Na análise de Turra, plantio e produção vão aumentar na próxima safra devido aos bons preços pagos pelo mercado. "O Plano Safra e o Plano Agrícola, especialmente no Paraná, não terão influência nenhuma sobre o crescimento do plantio e da produção. O plano em si é desanimador", define.

 

Limite - Um dos aspectos do plano que mais causaram descontentamento foi a unificação do limite de custeio em R$ 650 mil. "O milho já contava com isso e com a vantagem do produtor acessar o crédito de outra cultura. Agora, porém, R$ 650 mil é o teto, independentemente de quais culturas se pretende plantar", conta Turra. Tal medida atinge diretamente o Paraná, já que o Mato Grosso não possui safra verão de milho. "No Paraná, o produtor terá que optar se o crédito vai para a soja ou para o milho", acrescenta. O economista da Faep, Pedro Loyola, ressalta que o montante anunciado para custeio consegue suprir o custo do plantio de uma propriedade de 400 hectares, no caso dos grãos. "Os grãos demandam de mais investimentos do que batata ou laranja. E, no Estado, os grãos respondem por 70% das nossas exportações".

 

Seguro - Quanto ao seguro agrícola, tanto Faep quanto Ocepar, mostram-se completamente insatisfeitas com o descaso do governo Federal. "Em qualquer País, o governo divide ou banca integralmente o seguro devido ao alto risco a qual a agricultura está exposta. No Brasil, o programa existe aos trancos e barrancos. Desde outubro o governo não paga a sua parte, o que dificulta ainda mais a liberação do seguro para os produtores", conta Loyola. (O Estado do Paraná)

PAP 2011/12 IV: Medidas não atendem as expectativas de paranaenses

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Apesar de ter sido anunciado como revolucionário pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2013 frustrou algumas expectativas no Paraná. Para Flávio Turra, gerente Técnico e Econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), o plano ''não anima o produtor'', apesar de trazer alguns avanços, como a maior oferta de crédito ao médio produtor.

Poucas novidades -  ''Mas não se trata de um plano forte em termos de novidades'', avalia. Segundo ele, a expectativa era maior. ''Esperava-se um fortalecimento do FGI (Fundo Garantidor de Investimento), por exemplo. Mas não veio'', afirma. ''O Fundo de Catástrofe também não foi operacionalizado'', ressalta. No entanto, Turra considera positivo o aumento dos limites de financiamento para a bovinocultura e a produção de cana.

 

Recursos - O economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, lembra que o setor reivindicava recursos na ordem de R$ 120 bilhões e só foram anunciados R$ 107 bilhões. Segundo ele, o governo também frustra expectativas ao não propor avanços quanto à política para seguros da safra. A União, recorda o economista, vinha financiando parte dos seguros dos produtores desde 2005. ''Mas, em outubro do ano passado, deixaram de fazer os repasses às seguradoras.'' A situação, de acordo com ele, só foi resolvida há pouco tempo com o pagamento de seis meses atrasados. ''Isso causa instabilidade no setor. Esperava-se agora uma posição mais clara do governo a esse respeito.''

 

Desburocratização - Outra expectativa que não teria sido cumprida, segundo ele, é o anúncio de medidas para desburocratizar o acesso ao crédito para os produtores. Para Loyola, o governo precisa estabelecer, o quanto antes, os planos plurianuais (PPAs) de cinco anos. ''Os produtores querem regras claras a longo prazo''.

 

Preços mínimos - Otmar Hubner, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), é mais otimista. Ele comemora boas notícias como o aumento dos preços mínimos do leite - de R$ 0,54 para R$ 0,58 o litro - e o da mandioca - de R$ 110 para R$ 143 a tonelada, ressaltando que o Estado é o maior produtor do tubérculo.

 

Citricultura - ''Não temos uma citricultura expressiva, mas os incentivos ao setor podem animar investimentos, principalmente na região Noroeste do Estado'', afirma. Segundo ele, a expansão do financiamento para a bovinocultura vai ajudar a promover um melhoramento genético no rebanho paranaense. Hubner lamenta a redução do preço mínimo do feijão de R$ 80 para R$ 72 a saca, já que o Paraná é o maior produtor da leguminosa. Mas afirma que o plano, ''de forma geral'', é positivo. ''O governo federal tem dado bastante atenção ao setor nos últimos anos.'' (Folha de Londrina)